O xadrez da sucessão de Eduardo Campos, em 2014, pode até não estar na ordem do dia dele. Ou, ao menos, não está oficialmente. No entanto, essa montagem guarda uma complexidade que vai demandar considerável esforço. Na proporção que o presidente nacional do PSB se dedica ao campo nacional, enquanto presidenciável, os problemas locais vão se avolumando. Vai ficando mais difícil para o governador justificar um não apoio àqueles que pretendem lhe suceder e trabalham correto para se cacificar. Um dos exemplos se sobressai. É o caso do vice-governador, João Lyra Neto. Hoje, filiado ao PDT, ele arrumou as malas para ingressar no PSB. Não há promessa explícita de que será o candidato à sucessão, mas o movimento de migração desencadeou um processo de declarações de apoio ao pedetista. Ele conta com a confiança do governador, já foi prefeito de Caruaru, secretário de Estado e acumula características que lhe credenciam. Detalhe: assumindo a administração estadual, que seja por nove meses, vai estar com a caneta na mão. Contrariá-lo pode não ser o caminho mais confortável para Eduardo. Mas o governador pode também não ter outra opção, uma vez que a disputa nacional vai lhe exigir alianças com outros partidos estratégicos – caso do PTB de Armando Monteiro Neto. A conferir.
Por: Renata Bezerra – Folha PE