O DEM poderá se tornar mais uma legenda a subir no palanque do governador Eduardo Campos (PSB) para o pleito presidencial. O partido deu bandeira branca para seus diretórios estaduais articularem alianças para 2014, com qualquer legenda que não seja o PT. Em Pernambuco, o DEM integra a bancada da oposição, e nas eleições municipais o deputado federal Mendonça Filho sofreu uma derrota para o afilhado político de Eduardo Campos, o prefeito Geraldo Julio (PSB). Porém, para Mendonça que também é o presidente do DEM no Estado, isso é página virada. “Nosso posicionamento é descartar o apoio ao PT, mas à medida que Eduardo passa a ser considerado uma opção, o partido pode vir a conversar sobre isso. Há pessoas do partido que defendem seu nome”, afirmou o parlamentar.
Apesar da relação ser mais próxima do PSDB e de sempre ter apoiado os candidatos tucanos para Presidente da República, o presidente nacional do DEM, o senador Agripino Maia, deixou claro que não existe alinhamento automático com nenhum partido. “Nunca tive nenhuma conversa com Eduardo Campos, e nem há impeditivos para isso. Na política a conversa é uma mercadoria que deve ser praticada. Nós vamos construir nosso próprio caminho, no tempo certo”, enfatizou Maia. O governador da Bahia, ACM Neto, já havia dito recentemente que não existe apoio automático ao senador mineiro Aécio Neves, candidato do PSDB.
Essa possível ruptura histórica entre tucanos e democratas é defendida pelo deputado federal Augusto Coutinho. “Há 18 anos vivemos uma hegemonia de PSDB e PT no Governo. Essa questão do alinhamento imediato com o PSDB não existe pelo tratamento que o próprio partido dá ao DEM, em determinados momentos. O que não quer dizer que ele esteja descartado, mas tem pessoas do partido com resistência em apoia-lo”, declarou Coutinho. Sobre a possibilidade de firmar compromisso com o PSB, o democrata acredita ser muito cedo para discutir isso.