O governador Eduardo Campos – presidente nacional do PSB – aproveitou sua passagem por Brasília, ontem, para fazer articulações com representantes de diversos partidos. Cotado para disputar a Presidência da República, Eduardo Campos não tem desperdiçado tempo e já costura alianças para pavimentar seu projeto nacional. Ele chegou a Brasília na última terça-feira à noite e teve jantar, almoço e encontros de articulação com políticos do PSDB, PDT, PSD e PPS. Um dos políticos com quem conversou foi o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), que teve o apoio do PSB na eleição municipal.
No jantar com o prefeito, na noite na terça-feira, Campos deixou clara a irreversibilidade de sua candidatura presidencial, mas com o cuidado de não carimbá-la como de oposição. Ele não quer romper com a presidente Dilma Rousseff (PT) e, muito menos, com o ex-presidente Lula (PT). Da mesma forma, a presidente Dilma não tomará qualquer iniciativa para tirar o PSB do Governo e nem afastar o governador, apesar do tratamento frio que será mantido.
Arthur Virgílio anunciou que Eduardo Campos e o senador Aécio Neves (MG) devem se encontrar na Festa de Bumba Meu Boi, em Manaus, e abordou a possibilidade de uma aliança com o PSB em eventual segundo turno contra Dilma. “Eduardo mostrou uma disposição firme de disputar. Mas quer manter a boa relação que tem com o presidente Lula. No segundo turno, a dobradinha PSB-PSDB (que aconteceu em algumas capitais no ano passado) poderá se repetir”, avaliou Virgílio. Eduardo Campos se reuniu também com o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, e tinha encontros marcados com o presidente do PDT, Carlos Lupi, e com Roberto Freire, do PPS, que deve desembarcar da aliança de Aécio para apoiar o socialista.
O governador foi a Brasília e havia uma expectativa de um encontro entre ele e a presidente Dilma Rousseff para tratar da Medida Provisória nº 595, que trata da regulação dos portos no Brasil, mas a reunião não aconteceu. Na presença de vários governadores e prefeitos de todo o País, Eduardo foi tratado de forma protocolar pela presidente Dilma Rousseff, durante a solenidade do PAC da Mobilidade Urbana.
Ontem, o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB) negou que esteja sabotando internamente Eduardo. “Quem achar que eu sou quinta coluna, que eu estou querendo sabotar o meu partido, querendo sabotar o presidente do meu partido, está redondamente enganado, vai quebrar a cara. Eu estarei com o meu partido”, afirmou.