O governador Eduardo Campos discutirá amanhã com Lula a eleição presidencial de 2014. Se dependesse do ex-presidente, ele não seria candidato contra Dilma Rousseff. Marcharia de novo com o PT, mantendo uma tradição que se arrasta desde 1989 quando o PT, o PCdoB e o PSB formaram a “Frente Brasil Popular” para apoiar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva. Lula foi ao segundo turno com Collor de Mello. Mas acabou perdendo a eleição para o hoje senador pelo PTB de Alagoas.
Mesmo assim, Lula parece mais compreensivo com a provável candidatura do governador de Pernambuco do que Dilma Rousseff, a julgar pelo que disse em Fortaleza no último dia 28: “Eu defendo a liberdade incondicional de cada partido fazer o que achar melhor e jamais tomaria qualquer atitude para impedir que algum companheiro seja candidato. O que temos que ver é se estrategicamente é importante pôr em risco uma coisa que tem dado certo para o país, que é a aliança entre PT e PSB”.
O governador não estava interessado em antecipar o debate sobre 2014. Mas como isso fugiu ao seu controle mandou este recado a Lula por ter precipitado o lançamento da candidatura de Dilma à reeleição: “Nunca vi quem está no governo, sobretudo numa situação de dificuldade, antecipar calendário eleitoral”. Mas já que vai se encontrar com o ex-presidente deverá dizer a ele o que disse a Dilma semanas atrás: que, “estrategicamente”, é melhor ter dois candidatos na esquerda do que um.
Por: Inaldo Sampaio
