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OPINIÃO DO PERNINHA

Torçamos para que eles estejam enganados.

Com as precipitações pluviométricas acontecidas nos últimos dias, no Sertão e em boa parte do Araripe, renasce em cada agricultor das regiões beneficiadas a esperança de dias melhores e já se fala em preparações do solo e plantações de sementes tradicionais, para o sustento das famílias tão castigadas pela estiagem nos últimos anos.

É louvável esse comportamento dos agricultores e, por tradição, muitas vezes eles levam a melhor. A crença em um poder superior os faz acalentar sonhos que os humanos não poderiam realizar. Até porque, quando se fala em seca, todos nós já estamos fartos de saber como o Nordeste é tratado pelos governantes.

Reportando-me a um editorial que li nesses dias, reproduzo a matéria que encontrei: “Ficou pronta, em Fortaleza, no último dia 24 de janeiro, a nova previsão de chuvas no Nordeste para o triênio fevereiro, março e abril que, para quem sabe, é o pico do chamado período chuvoso dos estados da área norte do Nordeste. E as previsões do pessoal do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos e Instituto Nacional de Meteorologia para Pernambuco não são boas para os próximos meses.”

Segundo os meteorologistas, o aquecimento no Oceano Atlântico Norte tende a se manter na chamada Zona de Convergência Intertropical, reduzindo as possibilidades de chuvas no norte da região Nordeste no início do ano. Era tudo que os prefeitos e governadores não queriam ouvir. A ZCIT é o principal sistema responsável pela qualidade das chuvas da região e pela definição do seu volume.

Isso quer dizer que a previsão climática continua indicando chuvas abaixo da média com probabilidades de que ocorram em 45% da região.  Não quer dizer que não choverá nas propriedades rurais e sim, que choverá menos. Não se vão recuperar pastagens e os programas de ajuda às comunidades terão de ser mantidos. A produção vai ser pequena. E a economia regional vai sofrer muito.

Portanto, com base nos números apresentados fica o alerta: não vamos confundir essas chuvas que caíram com a volta do inverno. Já tomamos conhecimento de que alguns produtores estão trazendo aves para serem abatidas na Serrote Redondo, aí em Afogados da Ingazeira e isso é muito sério e carece de rigorosa fiscalização.

A chuva é sempre bem vinda pelos benefícios trazidos, o que não pode acontecer é negligência com as medidas necessárias à contenção de gastos e acompanhamento enérgico  por parte dos órgãos responsáveis pela preservação de tão precioso líquido.

Os programas emergenciais deverão ser mantidos e a conscientização de racionamento, também. Não vamos acreditar que, por exemplo, a água que se acumulou na Barragem de Brotas tenha sido suficiente para sanar as dificuldades que vem sendo atravessadas. É bom que se tenha parcimônia, sob pena de reprisarmos filmes a que ninguém gostaria de assistir.

A outra saída é torcer para que os institutos de meteorologia estejam errados e aguardar os desígnios da providência Divina. Enquanto isso, dobremos a vigilância sobre os nossos reservatórios, pois os incautos estão à espreita e, se cochilarmos, o prejuízo poderá ser bem maior do que o esperado.
 
Por:Danizete Siqueira de Lima.


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