O senador Armando Monteiro Neto também enviou nota de pesar sobre a morte do ex-ministro. “Fernando Lyra cumpriu de forma exemplar a sua passagem pela vida pública do país. Durante os tempos duros do regime autoritário, foi um firme combatente, que nunca deixou de levantar a voz nos momentos mais difíceis. Ao longo do processo de abertura política, desempenhou importante papel na construção da candidatura de Tancredo Neves, que inaugurou a Nova República; foi um ministro da Justiça permanentemente atento às causas da cidadania e da ampliação das liberdades democráticas. No convívio pessoal, imprimiu as marcas de sua inteligência, afabilidade e boa convivência, sempre temperados com humor e ironia. Ele deixa a todos nós um irrecusável legado. Neste momento, transmito a toda a sua família a expressão do nosso pesar e solidariedade”, informou o senador através da nota.
Em viagem a Portugal, o senador Jarbas Vasconcelos também se solidarizou com a morte de Fernando Lyra. “Tinha uma ligação histórica com Fernando, que vinha desde 1970, quando disputei a minha primeira eleição para deputado estadual e fiz dobradinha com ele, que foi eleito para a Câmara dos Deputados. Era uma amizade muito estreita, que se ampliou quando fui para Brasília em 1974 e fui companheiro dele no MDB, participando do “grupo dos autênticos”. Mesmo quando estivemos em campos opostos, sempre mantivemos nosso diálogo. Fernando Lyra era um animal político, nos 40 anos de amizade que tivemos, o assunto predominante era sempre a política. Nesses tempos de mediocridade no Parlamento e na política em geral, o desaparecimento de Fernando fará uma falta muito grande a Pernambuco e ao Brasil”, disse Jarbas por nota.
José Paulo Cavalcanti Filho, integrante da Comissão Nacional da Verdade, falou sobre a perda do político. “Fernando era um homem público e, portanto, deve ser compreendido em duas dimensões. Primeiro como pessoa pública. Ele teve uma importância decisiva na história do Brasil, na resistência ao arbítrio, onde ele foi uma presença estelar, depois na transição democrática ajudando Tancredo [Neves] a ser candidato e colaborando no grande instrumento de engenharia política para Paulo Maluf. Na dimensão pessoal sua presença fará muita falta. Ele era sobretudo alegre, viveu a vida sem limites, acredito que não se arrependeu de nada do que fez. A ausência dele vai ser enorme, nos falávamos todos os dias pela manhã. Vou lamentar ainda mais claramente os dias que virão quando não receber [as ligações]”, contou.
O presidente estadual da Comissão da Verdade, Fernando Coelho, ressaltou a importância de Lyra para a política. “Foi um companheiro na luta mais difícil pela democratização. Distinguiu-se pela sua combatividade durante o período da resistência. [Foi] dos mais ativos lutadores pela redemocratização. Levou Caruaru ao plano nacional, sempre muito orgulhoso de sua terra e do povo que representou. Era um orador extraordinário, conseguindo como poucos falar para a multidão. Era um companheiro de vivência fácil, uma figura muito boa, de não fazer inimigos, pelo contrário, de fazer amigos. É uma grande perda para Pernambuco e para os democratas do Brasil”, informou.(G1.com)