O provável futuro presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ainda nem oficializou sua candidatura à sucessão de José Sarney (PMDB-AP), mas já costurou acordos para a formação de um chapão: além dos cargos da Mesa Diretora da Casa, inclui ainda negociação de indicações para as comissões mais importantes. Os cargos são ocupados proporcionalmente, com base no tamanho das bancadas. Nessa costura, já está certo, por exemplo, que o eterno ex-líder do governo Romero Jucá (PMDB-RR) será reabilitado com um cargo na Mesa. E que o senador Fernando Collor (PTB-AL), seu conterrâneo, comandará a poderosa comissão de Infraestrutura, hoje com o PSDB. Já o senador Blairo Maggi (PR-MT), ganhador em 2005 do troféu “motosserra de ouro”, do Greenpeace, — mas depois redimido pelos ambientalistas — vai para a Comissão do Meio Ambiente.
Maggi teria caído nas graças dos verdes depois que passou a produzir soja certificada e de ter colaborado com o Ministério do Meio Ambiente para a redução do desmatamento.
A negociação de Renan passa pela ida de Eunício Oliveira (PMDB-CE) para o cargo de líder da bancada; Vital do Rêgo (PMDB-PB), cogitado para a vaga de Sarney, presidirá a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante do Senado; e Jucá (PMDB-RR) ocupará a 2ª vice-presidência da Mesa Diretora.
Jucá está sendo compensado por ter perdido o cargo de líder do governo no Senado. No ano passado, ele já havia recebido a relatoria-geral do Orçamento da União. Já o PT pretende usar a 4ª secretaria da Mesa Diretora para compensar José Pimentel (PT-CE) pela sua provável destituição da liderança do governo no Congresso.
Pré-candidato ao governo do Rio, Lindbergh Farias (PT-RJ) presidirá a Comissão de Assuntos Econômicos. E Jorge Viana (PT-AC) ocupará a primeira vice-presidência do Senado. No rodízio implementado pelo partido, Ana Rita (PT-ES) irá para a presidência da Comissão de Direitos Humanos.
Na escolha do comando das comissões, o PSDB, pelo tamanho da bancada, é o terceiro a fazer a escolha. Os tucanos farão uma reunião no dia 31 para definir suas prioridades. A princípio, nessa dança das cadeiras, devem abrir mão da Comissão de Infraestrutura e optar pela Comissão de Relações Exteriores, que iria para o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP). O partido também cogita escolher a Comissão de Educação e Esporte, por causa da Copa do Mundo e das Olimpíadas.