Executivos de alto escalão do Banco do Brasil eram os interlocutores mais frequentes de Rosemary Noronha, ex-chefe do escritório da Presidência em São Paulo, segundo a agenda dela, obtida pela Folha por meio da Lei de Acesso à Informação.
Rose, amiga íntima do ex-presidente Lula por 19 anos, foi indiciada pela Polícia Federal sob suspeita de formação de quadrilha e tráfico de influência na Operação Porto Seguro.
ntre 2007 e 2012, a agenda de Rose registra 39 reuniões com executivos do BB, sobretudo vice-presidentes.Os irmãos Paulo, Rubens e Marcelo Vieira, também indiciados na operação, aparecem em segundo lugar em número de citações na agenda, com 35 reuniões –29 delas no escritório da Presidência.
Dos executivos do BB, Ricardo Oliveira, que foi vice-presidente até maio de 2012, é o visitante mais frequente aparece em 17 reuniões.
Oliveira disse à Folha que Rose apenas agendava encontros com o então presidente Lula. Segundo ele, um dos assuntos que tratou com o ex-presidente foi a compra da Nossa Caixa, em novembro de 2008, por R$ 5,38 bilhões. Ele afirma que é fantasiosa a versão de que Rose ajudou nesse negócio. “Ela não tinha participação no conteúdo das reuniões”.
Também são citados encontros com Ricardo Flores, José Luís Salinas, Paulo Oshiro e Alencar Ferreira, todos do Banco do Brasil.
Ferreira, que foi da Companhia de Seguros Aliança, coligada do BB, é citado na agenda de Rose em uma reunião de julho de 2010.
Ele era acusado à época de ter produzido um dossiê contra Marina Mantega, filha do ministro da Fazenda, Guido Mantega. No documento apócrifo, Marina é acusada de fazer lobby a favor de empresários usando a sede paulista do BB, o escritório da Presidência onde Rose despachava fica no mesmo prédio. (Folha de São Paulo)