Os produtores de cana-de-açúcar de todo o Nordeste estão organizando um ato de protesto durante a visita da presidente Dilma Rousseff ao Estado, próximo dia 18. O motivo é a falta de subvenção para as zonas canavieiras, que não vêm recebendo recursos dos programas emergenciais de combate à seca. Por causa da estiagem, tida como a pior das últimas quatro décadas, o setor sucroalcooleiro amarga uma perda de safra de 35%, além da defasagem de pelo menos 15% em relação ao preço de comércio da venda da cana e 50% do faturamento.
A proposta da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP), que está coordenando a manifestação, é a de reunir cerca de dois mil agricultores de Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Sergipe e de Pernambuco. “Há quatro anos fizemos uma manifestação, quando Dilma ainda era ministra da Casa Civil, e conseguimos reunir 1.700 produtores. Na ocasião, conseguimos o programa de subvenção da cana”, relembra o presidente da AFCP, Alexandre Andrade Lima. Desde então, o Governo Federal fornece o subsídio de R$ 5 pela tonelada da cana. Agora, o setor pede que o preço seja elevado para R$ 10. Em 2012, o Governo Federal pagou R$ 120 milhões em subvenção para o Nordeste.
Segundo Andrade Lima, estas reivindicações foram entregues em mãos ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, durante reunião na sede da AFCP, ocorrida mês passado. “Soubemos hoje (ontem) que o assunto está em discussão na Casa Civil, mas não houve resposta efetiva”, comentou. De acordo com ele, no próximo dia 31, Bezerra receberá o setor para uma reunião em Brasília. “O ministro está sensível com a situação”, reforçou.
“Caso saiamos da reunião com o ministro com uma posição positiva, a manifestação será cancelada”, disse Alexandre Andrade Lima. Contudo, se não chegar a um acordo, o presidente da AFCP explicou que a proposta é fazer o protesto saindo em passeata da sede da Associação, que fica na Imbiribeira, até o ponto de encontro entre o governador Eduardo Campos e a presidente Dilma Rousseff. “Esperamos que o nosso pleito seja atendido em tempo de possibilitar ao produtor o manejo adequado dos canaviais para a próxima safra”, disse Lima. O setor sucroalcooleiro reúne 21 mil produtores e emprega cerca de 90 mil trabalhadores rurais.