“Está totalmente proibida a troca ou negociação desta moeda social por dinheiro. Ela só poderá ser utilizada como meio de bonificação, na aquisição de mercadorias, por serviços, com comércio ou pessoas conveniadas ao Banco Solidário de Gostoso”. As normas de utilização estão imprensas em cada uma das centenas de notas de 50 centavos, 1, 2, 5 e 10 gostosos, cédulas que circulam há um mês no comércio de São Miguel do Gostoso, que fica a 112 quilômetros de Natal.
O município foi o primeiro do Rio Grande do Norte a aderir a um projeto desenvolvido pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e, consequentemente, pioneiro a utilizar uma moeda própria como incentivo à economia local. “Nossa moeda tem valor agregado. A ideia é que os lojistas do município usem este dinheiro como complemento de renda, beneficiando seus funcionários, empregados e estimulando o nosso comércio”, explicou João Eudes Rodrigues, presidente da Associação de Mulheres, Jovens e Produtores de Tabua (AMJP), entidade gestora do Banco Solidário do Gostoso. “Sim. Também temos um banco”, acrescentou.
João Eudes explicou que, para o município criar o Banco Solidário do Gostoso, foi preciso mais de um ano de discussões. “Trata-se de uma iniciativa da UFBA. Existe um projeto chamado Incubadora Tecnológica de Economia Solidária e Gestão do Desenvolvimento Territorial (ITES), programa desenvolvido pela Universidade Federal da Bahia, que executa ações do Governo Federal através da Secretaria Nacional da Economia Solidária”, disse ele. Ainda de acordo com o presidente, a proposta é a implantação de seis bancos semelhantes no Nordeste. “No Rio Grande do Norte nós fomos o primeiro”, orgulhou-se.