Na política como em qualquer outra atividade humana, saber assessorar-se é uma arte. Na política, muitas vezes, acomoda-se gente no governo de qualquer dos três níveis para atender ao pedido de uma coligação, de um partido, de um amigo, etc. E isso é visto com naturalidade, desde que seja feito com critério. Já na empresa privada é diferente. Ninguém contrata uma pessoa se não estiver precisando dos serviços dela, salvo honrosíssimas exceções que não vem ao caso agora comentar.
Geraldo Júlio, prefeito eleito do Recife, recrutou técnicos do mais alto gabarito para compor a sua equipe, deixando em plano secundário os partidos políticos que o apoiaram nas eleições. Ao todo foram 14 as legendas que fizeram sua campanha, porém apenas quatro ou cinco estão representadas no primeiro escalão. Isso por um lado é bom porque mostra que o prefeito não “loteou” o poder com base em critério eleitoral. Mas por outro revela certo desprezo pelos partidos menores.
Como cabrito bom não berra, o PSD (presidido pelo ex-deputado André de Paula) não abriu o bico até agora por ter ficado fora do primeiro escalão. E olha que o partido tinha quatro vereadores de mandato engajados na campanha do candidato a prefeito. Já o PTN elegeu três vereadores (Gilberto Alves, Jadeval e Chera) e está se considerando injustiçado por não ter sido chamado até agora para conversar sobre o governo. Sem prejuízo da “meritocracia”, são pleitos que poderiam ser analisados.
Por Inaldo Sampaio