Em reação à ofensiva da oposição, que usa o depoimento do publicitário Marcos Valério para pedir a investigação do ex-presidente Lula, o PT iniciou ontem uma tentativa de contra-ataque.
O principal movimento é a criação da chamada CPI da Privataria Tucana, para apurar o processo de privatização de estatais durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
No primeiro semestre, PT e aliados já tinham conseguido o número suficiente de assinaturas para a criação da CPI, mas, por acordo, a comissão não foi pra frente.
Ontem, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), admitiu sofrer “forte pressão” de colegas de partido e admitiu a possibilidade de referendar a criação da CPI.
“Estou analisando o que eu vou fazer.” A CPI só depende do aval de Maia para ser criada. O porta-voz do contra-ataque é o líder do partido na Câmara, Jilmar Tatto (SP).
Ele conseguiu, após acordo com o senador Fernando Collor (PTB-AL), aprovar um convite para que FHC seja ouvido no Congresso e dê explicações sobre a “Lista de Furnas”, documento que registra supostos repasses de recursos, pela estatal elétrica, a 156 políticos, grande parte deles do PSDB, durante a campanha de 2002.