Sobre a Seca no Semiárido Nordestino
Os efeitos da seca que atingem drasticamente o Nordeste intensificam a fome, sede e as perdas agrícolas de mais de 10 milhões de nordestinos no Semiárido brasileiro.
Trata-se da pior seca dos últimos 30 anos. No início de 2012, já se prenunciava pelos institutos meteorológicos o colapso hídrico, que afetaria a situação socioeconômica de 1.315 municípios da região, atualmente constatada. O povo nordestino está desolado: em relação a 2011, a produção agrícola caiu 22% e os níveis dos reservatórios de água estão abaixo de 38%, além de as perdas animais serem incalculáveis. A fome mata!!!
As previsões mais recentes indicam que o drama da seca castigará ainda mais os 121 municípios pernambucanos, de modo que o Sertão e Agreste continuarão, possivelmente, sofrendo com a estiagem prolongada em 2013.
Experiências agroecológicas no Semiárido paraibano tem fortalecido a agricultura familiar através da articulação dos movimentos sociais campesinos. Em busca de alternativas estratégicas inovadoras, agricultores e agricultoras consolidam um novo paradigma de desenvolvimento rural no Território da Borborema. A partir da incorporação de preceitos ecológicos, asseguram a sustentabilidade social, econômica e ambiental para o enfrentamento das desigualdades no campo e convivência com os efeitos da seca.
Estive nos dias 12 e 13 de dezembro no Balanço Anual do Polo Sindical da Borborema em Lagoa Seca na Paraíba e observei que as experiências históricas de organização sindical, mobilização campesina e assessoria da AS-PTA articulam promissoramente e fortalece o movimento político agroecológico na região paraibana. Será um feliz natal para todos.
Qual será a situação da realidade rural afogadense?
Por Carlos Eduardo Queiroz Pessoa
Mestrando em Ciências Sociais (UFCG)