PAPAI NOEL
Retire a máscara e não me engane mais!
Guarde a sacola, dê descanso ao sino,
Não me prometa, se não for capaz,
Como tem feito, com qualquer menino.
Tenho esperado, muito tempo faz,
No meu barraco, pobre e pequenino,
O meu brinquedo, mas você não traz,
Nem um cartão com um símbolo natalino.
Esconda as botas, rasgue as fantasias,
Pra que eu não fique, ao longo dos dias,
Na expectativa de enganar a fome…
Sonhando inútil, com o que não vem,
Quero um papai, mas que me queira bem,
Sem Ter Noel, no seu sobrenome.
Diomedes Mariano
Afogados da Ingazeira, 29 de Dezembro de 2001