Em 1962, a Escola Normal do Recife, localizada na rua Princesa Isabel, ao lado do parque 13 de Maio, passou a servir de sede para a Câmara Municipal do Recife. Nesses 50 anos de atividades legislativas e serviços prestados à população, poucas mudanças estruturais foram realizadas e os vereadores se queixam das instalações precárias em trabalham. Por se tratar de um patrimônio histórico, o prédio precisou passar por pequenas adequações em suas instalações para comportar os 37 parlamentares, cada um com direito a ter 23 cargos comissionados em suas equipes. Com gabinetes divididos em espaços desiguais, a maioria com 35cm² em média, e por falta de área, dois vereadores tiveram que ser transferidos para no Anexo I localizado, na rua da União. A partir de janeiro de 2013, a Casa José Mariano contará com mais dois parlamentares em sua bancada e terá um total de 39. Junto com eles, mais 46 assessores.
O aumento no número de vagas ocorreu por causa do crescimento populacional registrado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E, devido à falta de estrutura, provavelmente mais dois vereadores terão seus gabinetes instalados fora da sede. “Estamos falando de um prédio que não foi construído para abrigar a Câmara. Em 1962, nós tínhamos apenas 21 vereadores, depois passamos a ter 41 e hoje contamos com 37 vagas. Então, a questão de espaço é um problema antigo”, explicou o primeiro-secretário, Augusto Carreras (PV).
As reclamações não são apenas pela má divisão dos gabinetes. O único elevador do prédio está quebrado, há mais de um mês, e os banheiros estão com tampas quebradas e vazamentos. Carreras justificou que o elevador está parado porque a empresa responsável pela manutenção aguarda uma peça chegar para realizar o conserto. “Existe, inclusive, um projeto de acessibilidade, pois ele para apenas no térreo e no segundo andar”, disse primeiro-secretário.
O presidente da Câmara, Jurandir Liberal (PT), reconheceu que há problemas de infraestrutura. “É necessário uma boa reforma, mas também o cuidado em zelar pelo espaço, como a manutenção hidráulica, reparos no sistema elétrico. Há três anos, tivemos nossa maior reforma que foi no plenário. Mas existe a necessidade de ter um prédio próprio, mais moderno e com capacidade para abrigar o Poder em um único lugar”, apontou Liberal. A reforma do plenário custou R$ 700 mil e deu um “ar mais moderno” à Casa.
Recordista em promover audiências públicas, a vereadora Aline Mariano (PSDB) criticou o fato de o prédio ter apenas um auditório. “A única benfeitoria feita nesses últimos anos, e que devemos agradecer, é a reforma do plenário. Ficou muito bonito e moderno. Por outro lado, quando é necessário marcar audiência pública nós só temos um plenarinho. Fico impossibilitada de realizar mais discussões por causa da agenda apertada para a utilização do espaço”, afirmou a tucana.