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Crônica de Ademar Rafael

MEDOS IRRACIONAIS

Recentemente ao ler o livro “Os sete medos da alma”, de autoria de Bertani Marinho, que aborda os medos da velhice, da doença, da  solidão, da pobreza, do escuro, de castigo por erros praticados, da morte julguei interessante no nosso diálogo de hoje destacar os três primeiros sobre os quais a sociedade tem mais ingerência do que quem os enfrenta.

Medo da velhice. Os principais motivos para crescimento deste medo nos dias atuais, sob meu ponto de vista, são: a) O idoso ser percebido como  entreve social  por representarem custos elevados nos sistemas de saúde e previdenciário. Na saúde em função das demandas crescentes e na previdência motivado pelo aumento da expectativa de vida; b) A opção das famílias pela internação dos pais e avós em ambientes impróprios com a  alegação que falta tempo e habilidade para cuidar deles; e c) O costume de ocidente em ignorar suas experiências, de não os ouvir adequadamente.

Medo da doença. Aqui avaliamos que os dois principais motivos são: a) Custo elevado dos Planos de Saúde, negação de tratamentos preventivos e exames tempestivos pelos sistemas de saúde públicos e privados; e b) Verdadeira extorsão quanto aos preços dos medicamentos, a indústria  farmacêutica tem mais força que os órgãos fiscalizadores, assim como requisição de exames por parte dos médicos.

Medo da solidão. Os motivos citados na alíneas “b” e “c” do tópico sobre Medo da Velhice, são os principais indutores do medo da solidão. Inexiste, no formato adequado, ambientes familiares ou espaços comunitários que possam mitigar a sensação de abandono que o idoso sente ao não serem ouvidos, ao serem descartados dos eventos sociais pelos descendentes, amigos mais jovens e autoridades constituídas.

As percepções acimas enumeradas são baseadas em depoimentos que escutamos, observações diretas e leituras sobre o tema. Sei que muitos discordam de algumas delas, que outros possuem lista maior. Cada uma e cada um carrega sentimentos sobre tais medos. Cuidemos dos idosos.


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