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Crônica de Ademar Rafael

SEM ADJETIVOS

Na casa que nasci no Sítio Quixaba – Jabitacá – Iguaracy – PE por ser localizada às margens da estrada que nos leva a Monteiro – PB sempre erámos abordados por viajantes. Nossos pais recomendavam que não deveríamos abrir as portas para estranhos. Certa vez eu estava em casa sozinho e uma cigana bateu pedido água. Eu, na minha inocência, disse que não tinha água para lhe dar e ela disse: “Gajão um dia morrerás de sede dentro de um poço d’água”.

Narro a história acima por entender que ela tem perfeita sintonia com o sofrimento dos moradores de Afogados da Ingazeira diante da inercia total e da inoperância crônica da Companhia Pernambucana de Saneamento – COMPESA na questão do ineficaz fornecimento d’água aos usuários. Isto mesmo, não há como explicar a falta do precioso líquido numa cidade praticamente dentro da Barragem de Brotas. Um sistema usando somente a gravidade abasteceria a cidade sem zero de dificuldade.

Adjetivos aderentes a atuação da COMPESA são impublicáveis. As contas chegam com regularidade distante mais de cem mil quilômetros do fornecimento regular da água. Alguns moradores alegam que o problema ocorre por falta de ação da população e dos poderes executivo, legislativo e judiciário, discordo. O problema deriva totalmente de uma administração equivocada da COMPESA e do descompromisso com suas obrigações que tem proporções geométricas. A Inteligência Artificial, aliada aos melhores sistemas computacionais do mundo seriam ineficientes para medir essa falta de compromisso.

A empresa que existe no site não é a organização real, vejam a “Missão” ali publicada: “Prestar, de forma sustentável, serviço de abastecimento de água e esgotamento sanitário, com a promoção do bem estar e da qualidade de vida dos clientes.” Na pratica nenhuma palavra deste texto é realidade em Afogados da Ingazeira – PE. Cidade que em pleno século vinte e um tem que recorrer ao galão nos ombros e lata na cabeça para ter um pote cheio em casa. Não há esperança para solução.


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