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Crônica de Ademar Rafael

TODOS PAGAM

Cada um tem uma resposta pronta – baseada na ciência, no senso comum e na ideologia -, para explicar os fatos motivadores dos fenômenos ambientais que têm provocado cheias e secas em áreas que não eram expostas e tais riscos climáticos.

Por ter residido na Amazônia, precisamente sul e sudoeste do Pará, sei dos danos causados pela agressão desenfreada ao meio ambiente. Muitos rios que conheci perenes na década de 1990 hoje secam entre três e quatro meses após o período de chuvas intensas. O mesmo ocorre com rios do Pantanal que vi permanentes na metade da década de 1980.

As queimadas para limpeza de pastagens e/ou provocadas por indivíduos descompromissados com a vida harmônica entre pessoas e natureza são expressão viva da degradação moral que a sociedade tem experimentado
nos últimos anos.

O poeta Sebastião Dias nos chamou atenção há mais de 20 anos sobre os cuidados que devemos ter com o meio ambiente. Seu poema gravado por Fagner e outros cantores brasileiros sob o título “Súplica dos ecólogos” foi escutado por muitos como bela composição que é e poucos seguiram os conselhos do poeta potiguar.

Dele destacamos as duas primeiras estrofes: “Tombam árvores, morrem índios/queimam matas, ninguém vê/que o futuro está pedindo/uma sombra e não vai ter/pense em DEUS, alerte o mundo/pra floresta não morrer – Devastação é um monstro/que a natureza atropela/essas manchas de queimadas/que hoje vemos sobre ela/são feridas que os homens/fizeram no corpo dela…”

Uma coisa é imutável nesse assunto “alguns provocam os danos ambientais, todos pagam a conta de alguma forma.” Fugir dessa equação é impossível, ignorá-la é temeroso e negá-la é algo próximo da burrice.


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