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Parque Dois Irmãos: O pulmão do Recife  

Equipamento estadual promove qualidade de vida para a população metropolitana

Atualmente, as práticas de conservação ambiental têm sido uma pauta cada vez mais presente no cotidiano dos recifenses. Isso se deve a várias consequências climáticas, como o aumento da temperatura das cidades, a poluição do ar e as ilhas de calor, que vêm afetando cada vez mais a população.

É sabido que as áreas verdes, quando conservadas, promovem uma série de benefícios. Dentre eles, garantem a melhoria na qualidade da água, do ar e, de sobremaneira, atuam diretamente na regulação da temperatura, conferindo melhorias na qualidade de vida dos habitantes nas cidades. Todavia, uma das principais causas do surgimento cada vez mais exacerbado das ilhas de calor, é o avanço do tecido urbano sobre as áreas naturais, com um consequente impacto não apenas sobre a vegetação, mas também sob a biodiversidade.

Paradoxalmente, em 2018, a capital pernambucana foi considerada a segunda com mais áreas verdes urbanas no país no ranking do Programa Nacional para Áreas Urbanas Cidades + Verdes, do Ministério do Meio Ambiente. Isso se reflete por meio das várias áreas verdes urbanas que são promovidas, como os parques urbanos e jardins. Dentre esses, destaca-se o Parque Estadual de Dois Irmãos, considerado a maior área de mata urbana do Nordeste, com mais de 1.000 hectares de extensão, configurando-se assim, como um dos pilares do trabalho de conservação ambiental no Estado.

Localizado no coração da zona oeste do Recife, o Parque Dois Irmãos funciona, portanto, como uma espécie de “pulmão” para a cidade. Isso porque, sua existência promove uma série de processos de purificação e melhora da qualidade do ar.

“O Parque Dois Irmãos acaba sendo um grande sumidouro de carbono e também contribui para o resfriamento e a umidificação do ar. Por exemplo, nesse momento que o Brasil está enfrentando uma grande onda de calor e ar seco, a brisa marítima e os fragmentos de mata ajudam a diminuir os efeitos”, pontua o professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Carlos Eduardo Menezes.

Fragmentos de mata urbano como o Parque Dois Irmãos atuam diretamente na qualidade de vida da população recifense e, além de promover impactos positivos, eles protegem a cidade de verdadeiros desastres ambientais.

“Caso o Parque Dois Irmãos não existisse, nós provavelmente teríamos uma grande redução na umidade e na capacidade de resfriamento dessa região, ou seja, um aumento de temperatura. Nas primeiras modelagens que nós fizemos da região do Parque Dois Irmãos, foi constatado que esse fragmento de mata teria uma capacidade de diminuição de ilha de calor de até quase dois graus.” Afirma o professor Carlos Eduardo Menezes.

Segundo ele, é importante que cada vez mais áreas de conservação urbanas sejam promovidas e que o pensamento conservacionista continue existindo na cidade do Recife, para que a qualidade de vida e o bem-estar da população continuem sendo positivamente afetados.


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