Home » Crônicas de Ademar Rafael » Crônica de Ademar Rafael

Crônica de Ademar Rafael

ENGOLIR SAPOS É UMA ARTE

Existe uma máxima no mundo empresarial que prega o seguinte: “Quanto mais importante e maior o cargo a ser exercido o postulante precisa desenvolver a habilidade de ‘engolir sapos’”. Por ter enfrentado algumas situações da espécie posso afirmar que tem muita verdade na frase acima.

No mundo da política eu ariscaria dizer que essa habilidade precisa ser desenvolvida em escala maior. Para ascender a um cargo eletivo o candidato muitas vezes não engole apenas “sapos”, são servidos também “cobras” e “lagartos” todos untados pela lama do sistema político nacional.

Abraçar quem o traiu em pleitos anteriores é o ingresso para sentar na mesa onde será servido o cardápio com os animais acima citados. Outras práticas são obrigatórias. Uma delas com alto simbolismo. Qual? O perdão. Pena que na maioria das vezes e dado por conveniência, desprovido portanto da sua essência.

Talvez o personagem na política brasileira que melhor desempenhou a função de engolir tais animais seja José Bonifácio de Andrade e Silva. Pelos historiadores é considerando intelectual, conselheiro de Dom Pedro I, Patriarca da Independência, etc. Anos após o mentiroso “Grito da Independência” foi banido dos cargos que ocupava, pelo mesmo regente que aconselhou, e foi deportado do Brasil.

Em um gesto que merece ser analisado em diversos aspectos, perdoou Dom Pedro I que determinou seu exílio e aceitou ser o tutor de Dom Pedro II. Nesta função desenvolveu as atividades recomendadas para cada momento e não existem registros confiáveis para medimos seu grau de patriotismo ou de submissão. Não me cabe julgar, ter essa dúvida talvez derive da minha incapacidade para entender gestos patrióticos.

Humildemente apresento meus parabéns para os políticos que desenvolvem as habilidades requeridas ao mister, em nome do país.


Inscrever-se
Notificar de

0 Comentários
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários