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Crônica de Ademar Rafael

A OUTRA VERSÃO

Esconder e/ou negar os motivos reais que estimularam um fato é algo corriqueiro na história da humanidade. Os detentores do poder e dos recursos financeiros desde o império babilônico manipulam os fatores que realmente deram origem a uma ação colocada em prática.

Assim agiram poderosos nos Impérios Romano, Otomano, Austro-Húngaro, etc. Os xerifes do mundo, EUA, usaram e usam a metodologia para justificar seus ataques em diversas partes do mundo. Sua nefasta  ação para derrubar governos e criar ditaduras, promover boicotes econômicos sempre colocam como fatos motivadores a liberdade e a democracia quando na verdade são impulsionados pela ganância, pelas riquezas minerais das áreas atacadas e pela sua indústria armamentista.

O Brasil herdou o costume e criou um modelo que causa inveja aos inventores. As justificativas beiram o ridículo. Ao lermos os “considerandos” do Auto Institucional nº 5 – AI-5, de 13.12.1968 e os comparamos que os motivos reais veremos que a distância entre ambos é quilométrica. Para manter o foco gostaria de dividir com cada leitora e
cada leitor fragmentos do livro “O primeiro golpe do Brasil”, cujo subtítulo é “Como D. Pedro I fechou a constituição, prolongou o escravismo e agravou a desigualdade entre nós”, escrito pelo jornalista Ricardo Lessa.

Nesta obra o historiador pernambucano Evaldo Cabral de Mello nos ensina: “A independência foi uma manobra contrarrevolucionária encabeçada por Pedro I, cuja intenção era imunizar o Brasil do contágio da onda liberal que estava tomando conta de Portugal.” O historiador paulista Francisco Inácio Marcondes Homem de Melo – Barão Homem de Mello regista: “Período nenhum da história do Brasil tem sido tão desfigurado, tão desapiedadamente caluniado como o da Constituinte de 1823.” O Barão morreu cem antes de vermos no Brasil grupos defendendo o fechamento de um poder justificando ser um ato em favor da democracia. Somos imbatíveis na manipulação dos motivos que nos impulsionam à maldade.


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