HARMONIA JÁ
Em época de campanha política municipal o que já é ruim nas campanhas de presidente, governadores, deputados e senadores fica pior. Pela proximidade e laço de parentesco com os candidatos a vereador e prefeito os ânimos dos eleitores ficam acirrados de um forma que joga na lata do lixo relacionamentos familiares e de amizades e familiares.
A incapacidade de convivermos com o contraditório tem seguido rumo ao fundo do poço a cada ano e a indefensável justificativa “sempre é assim” eleva a temperatura e as disputas eleitorais que deveriam se limitar ao campo das ideias e do bom debate corroem a harmonia nos lares e nos ambientes de trabalho e lazer.
O trecho “Você parece uma brasa/toda vez que eu chego em casa/Dá-se logo um explosão”, retirado da música “Brasa” de Lupicínio Rodrigues, traduz essa fase das campanhas com a clareza do meio dia. É assim que o roda gira. Muitas vezes somente a presença de um simpatizante de candidato opositor ao meu já é sinônimo de uma piada de mau gosto que serve de estopim para uma agressão.
A violência que grassa em todo território nacional alimenta a banalização da vida e todo mundo se acha no direito de atingir o oponente em qualquer lugar. Nos últimos, em todas as cidades onde resido, trabalho ou visito ficaram sequelas dessa prática condenável. Os políticos que se agridem nos pleitos algumas vezes caminham junto nas eleições seguintes e as intrigas permanecem entre os eleitores mais afobados.
Que até outubro a paz reine entre os eleitores das cidades que trocarão seus gestores, precisamos dar relevo para seguinte tese: “Na política devemos e podemos ter adversários, inimigos jamais.” Na discordância podemos aprender muito, inclusive calar na hora que uma palavra pode comprometer a harmonia necessária para vivermos em comunidade. Talvez seja uma utopia mais não custa pedir: “HARMONIA JÁ”.
Parabéns!!! Excelente crônica! Aliás, sou fã do Ademar! Escreve muito bem!