QUE PAÍS É ESSE?
A pergunta inserida no título desta crônica tem como resposta um país que as pessoas de bom senso, dignas e cumpridoras das suas obrigações não aceita e suporta por imposição de um sistema perverso. Nosso diálogo desta data tem como base matéria publicada em revista semanal que circula nesta republiqueta de nova categoria chamada Brasil. A Veja, edição 2.900 traz na capa: “O partido do bilhão”, pauta alusiva a um partido com registro no Tribunal Superior Eleitoral – TSE e qualificado para receber recursos públicos e gastá-los da forma que entender.
Falar sobre a sistema de distribuição de recursos públicos para os partidos políticos, sob a amparo de uma legislação que envergonharia qualquer país com o mínimo de respeito ao seu dever como Estado, causa náuseas. Em passado recente as campanhas políticas tinham como principal fonte de receitas as famosas doações de empresas e de investidores. Em nome da moralidade houve alteração para uso de recursos públicos, com o fito de evitar privilégios aos doadores após a posse dos eleitos.
O que mais causa repúdio, além da farra com os recursos públicos é assistirmos depoimentos de políticos defendendo o sistema atual. Uns dizem “É o preço da democracia”, outros alegam “Uma campanha custa
dinheiro e a fonte mais segura é tesouro, via Fundo Partidário e/ou repasse orçamentários para custos das estruturas que bancam as candidaturas”. São alegações desprovidas de quaisquer valores harmônicos aos compromissos com o dinheiro público, em favor de causas justas. Mesmo pensando assim, como sempre, respeitamos as opiniões divergentes.
Um estado que nega o básico para sua população, que alega a falta de recursos para justificar a situação caótica da saúde pública, da educação e de outras áreas fundamentais para qualidade de vida para seus nativos, mas repassará para os partidos políticos em 2024 a importância de R$ 4,9 bilhões tem muita conta para ajustar. Achar isto normal é se distanciar de lógica inserida na boa governança. Uma certeza tenho: “Nada mudará”.
A reflexão é muito importante. Como é triste ver que um absurdo desse, quando não passa despercebido, é visto como algo normal e até elogiável. Como diria o orador romano Cícero: “O tempora! O mores!” Que tempos! Que costumes! Tem plena razão o cronista. Concordo plenamente. Parabéns, meu irmão Ademar Rafael Ferreira!