EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO
Durante a preparação de aulas para alunos atendidos pelo Programa Jovem Aprendiz sempre nos deparamos com novas tecnologias utilizadas nas indústrias onde tais jovens atuarão e muitas abordagens nos levam a refletir sobre o que estamos fazendo com nossas vidas atualmente em nome de uma automação galopante.
Convivemos com plataformas como “ChatGPT”, “Magalu”, “BIA”, “Alexa” e outros similares, auto atendimento nos bancos e lojas de varejo, cafés expressos e tantas outras comodidades. Tudo isto está nos levando a viver com “avatar”, perdendo a nossa capacidade de convivência com familiares e amigos sem pressa de forma humanizada.
Em toda e qualquer reunião com presença de mais de dez pessoas a esmagadora maioria está conectada com seus aparelhos de telefone celular, usando uma ou mais mídias sociais simultaneamente. O diálogo fica em segundo ou terceiro planos.
Estes fenômenos da atualidade nos leva a perguntar: Onde anda o tempo que gastávamos para jogar conversa fora enquanto esperávamos o café ficar pronto, para ouvirmos músicas pacientemente e para conversarmos com os atendentes nas lojas? Se as tecnologias surgiram para liberar esforços o tempo estaria sobrando. Não é o que ocorre, estamos correndo em velocidade crescente dia após dia.
Por defender a tese que somos muito mais emocionais que racionais, assustei-me com a frase “O ambiente digital está alterando nosso cérebro de forma inédita”, pronunciada pela neurocientista britânica Susan Greenfield em palestra sobre como a imersão na era tecnológica está afetando nosso cérebro e a formação da nossa identidade. Mesmo sabendo que não podemos excluir as tendencias tecnológicas da nossas vidas acredito que é possível continuarmos como humanos, apesar delas. Cada uma e cada um tire suas conclusões e faca suas escolhas.