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Crônica de Ademar Rafael

A QUEM INTERESSA?

É raro um organismo internacional que não seja menino de recado dos países centrais e que para atestar sua submissão não tenha a “coleira” nas mãos dos “xerifes do mundo”, os EUA.

Não foge esta regra a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, organização criada no final dos anos 1940, com a missão de cuidar do desenvolvimento econômico dos países membros por meio de estudos e reuniões destinadas a discutir políticas públicas e econômicas que possam sugerir caminhos seguros para as nações que a integra.

Em 2023 essa organização errou três vezes ao emitir opiniões sobre o crescimento do Produto Interno Bruto – PIB no Brasil. Mas, no final do ano sentiu-se à vontade para emitir um relatório que joga gasolina pura sobre as labaredas do mercado, ao afirmar que a dívida pública do Brasil deverá atingir 80% do PIB em 2024, alcançando 90% em 2047. Tais fatos segundo a OCDE seriam catastróficos para o país e os investidores externos.

É interessante percebermos que no Japão este mesmo parâmetro situa-se acima de 260% do PIB (266%) e nos EUA supera 110% do PIB (112,9%). Em tais países a luz verde não foi, sequer, trocada pela luz amarela por parte da OCDE. No nosso caso sob o guarda-chuva de uma previsão, sob encomenda de alguém, a luz vermelha foi acesa.

Sabemos da nossa eterna deficiência em gerar riqueza para o país e o povo brasileiro e nossa subserviência aos países ricos, mas emitir um parecer desta envergadura, sob meu ponto de vista sugere fazermos a pergunta indicada no título desta crônica.

Atualmente integra a OCDE trinta e oito países, cada um recebe um tratamento diferenciado, o nosso pelo que se ver é o mesmo que as classes abastadas dedicam aos excluídos. Será coincidência? Acho que não.


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