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Crônica de Ademar Rafael

DEPENDÊNCIA TOTAL

Durante a última semana da pátria, comemorada no Brasil no período semanal que alcança o sete de setembro, uma das principais pautas do jornalismo e dos corredores de Brasília foi o fatiamento de cargos em favor de políticos vinculados ao famoso “centrão” grupamento de partidos cujos membros são figuras carimbadas em posto centrais da máquina do governo, desde os tempos do império.

O que causa estranheza na cansativa abordagem deste tema é que o fato não é novo e jamais ficará velho. Isto é faz parte do nosso cenário assim como o frevo faz parte do carnaval de Recife e Olinda e o Axé integra os festejos carnavalescos de Salvador. Esta perenidade é justificada pelo fato que na faixa de terra compreendida entre o Rio Grande do Sul e Roraima, no sentido sul x norte e a Paraíba e o Acre, no sentido leste x oeste os métodos “toma lá dá cá” e “é dando que se recebe” estão no DNA do sistema político.

Este fenômeno é repetido nos estados e nos municípios brasileiros, alguns atribuem a sua força ao chamado sistema ‘presidencialismo de coalisão”, que se estende aos governadores e prefeitos. Gestores que tentam fugir dessa regra são impedidos de governar e nos casos extremos retirados dos cargos para os quais foram eleitos, Collor e Dilma são exemplos claros de que essa dependência total integra nossa “fauna e flora” política.

Os cargos, os favores e as emendas que integram os orçamentos da união, dos estados e dos municípios são as moedas de troca que o executivo tem para atrair aliados nos parlamentos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Sem votos confiáveis dos integrantes do legislativo os projetos de interesse do executivo ficam nas gavetas ou são rejeitados, foi assim, é assim e assim será. Da mesma forma que faltam políticas públicas estruturantes na imprensa faltam direcionamentos para pautas que não tratem os fatos costumeiros como inéditos e que mereçam destaque. Esses posicionamentos nos mantém como um país com dependências crônicas.


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