
Vivemos em uma das campanhas eleitorais mais acirradas desde a redemocratização do Brasil (1988). Não dá para esconder ou negar que a polarização está profundamente marcada em todos os espaços da sociedade brasileira. Também não podemos negar que tal situação é desgastante e autodestrutiva, enriquecida com muitos discursos de ódio, violência, intolerância e, por que não dizer “oportunismo”? Talvez não paremos muito em nosso dia a dia, para entender como nossos políticos locais e regionais se aproveitam astuciosamente desta polarização para agradar gregos e troianos, podendo inclusive trair suas posições partidárias de legenda, ou pior trair sua origem de vida política, para “agradar gregos e troianos, pois passa pelos sentidos da maioria da população a trajetória pessoal e política destes e destas, e, quando tudo estiver mais bem definido, “pulam para o lado mais seguro”, fazendo seus eleitores digladiarem entre si, enquanto o tal saí ileso, pois “o que cair na rede é peixe”.
De uma coisa eu estou certo, não podemos agradar a todos, se quisermos manter autenticidade e mostrar nossa identidade enquanto cidadão, político com cargo ou não, servidor público, religioso… E, no campo democrático republicano que vivemos, e, particularmente eu defendo com todas as minhas energias, não pode haver espaço para a intolerância, cada um tem seu direito de mostrar e está do lado que melhor lhe representa.
Agora, não pode haver espaço para oportunistas, onde a conveniência lhe faz mudar de posição a cada nova eleição, além de ser desgastante é uma demonstração de fraqueza e falta de convicção, e, porque não dizer falta de identidade e princípios? O medo ou, como alguns falam, “o cuidado” em declarar-se apoio a candidato A ou B, nestas eleições é na verdade uma estratégia que mostra o quanto nós eleitores somos facilmente manipulados, e facilmente nos esquecemos de qual lado ou com quem estavam, pois todas as escolham trazem consigo consequências; elas carregam modelos de administração pública, modelos de políticas públicas, modelos de sociedade.
Agradando ou desagradando eu estou acompanhando todos os passos dos nossos servidores públicos com cargos de eleição, estou observando e comparando sua história, onde foram eleitos, o que defendem, o que seus partidos pautam, com quem estão abraçados agora, e quais razões os fizeram trocar de lado (para aqueles que fizeram), pois se tem uma coisa que eu admiro como sertanejo que sou é a palavra de uma pessoa, é sua autenticidade e coerência, pois pessoas fracas e sem coerência política, para meu gosto, não servem para me representar. Se nem eles defendem ou acreditam em suas bases, com suas pautas e primícias,
como eu irei acreditar dando um voto de confiança? Então, aqui fica minha reflexão crítica em sugestão aos nossos representantes políticos: “seja qual for sua posição política neste segundo turno, declare! Pois a neutralidade traz mais prejuízo que lucro”. Se errar, não tem problema, sejamos humildes e recomecemos, mas, ou seja quente ou frio, porque morno eu tenho náuseas. Não se escondam atrás da covarde neutralidade, estamos decidindo o futuro da nação e do Estado. É justamente por essa neutralidade que chegamos onde estamos, com inúmeras obras inacabadas, políticas públicas sendo escancaradamente desmontadas palmo a palmo, principalmente da Educação e Saúde, além de ataques diretos e sistemáticas que descredibilizam o regime democrático da república.
Por fim, e não menos importante devemos respeitar qual quer que sejam as posições, gostando ou não, somos livres e devemos procurar ser fieis a nós mesmos e a quem defendemos: O povo.
Gutembergue Lacerda Batista
Formado em Filosofia e Teologia pela universidade católica de Pernambuco.
