A Rádio Maranata realizou hoje o primeiro debate entre os principais candidatos ao Senado por Pernambuco. Durante mais de duas horas, os candidatos e as candidatas se apresentaram, responderam a perguntas e, principalmente, se posicionaram de forma mais clara ao eleitorado. “Aqui não tem o filtro dos textos produzidos”, como resumiu a primeira colocada nas pesquisas para o Senado, Teresa Leitão.
Estiveram presentes Teresa Leitão (PT), Gilson Machado (PL), Eugênia Lima (PSOL), Guilherme Coelho (PSDB) e Carlos Andrade Lima (União Brasil). O candidato do PSD faltou ao debate, apesar de ter confirmado presença. Alegou problema nas cordas vocais.
Com 20 anos de experiência na Assembleia Legislativa, além das décadas de sala de aula e luta sindical, Teresa Leitão foi destaque no debate. Demonstrou conhecimento do papel do Senado, apresentou propostas e não se esquivou de nenhuma pergunta. Defendeu os governos petistas de Lula e Dilma, a aliança com o PSB, a candidatura de Danilo Cabral, e as críticas feitas a Paulo Câmara.
A primeira pergunta, feita a todos os candidatos, foi sobre segurança pública. A candidata petista defendeu a valorização dos profissionais, capacitação, investimento em tecnologia e ciência, e na polícia cidadã – que trata a todos de forma igual, sem privilégios ou preconceitos.
Para ela, a segurança precisa ser focada na defesa da vida “de todos e todas, e não apenas de alguns”. Além disso, disse que “Precisamos tratar com rigor, sem impunidade, quem pratica crimes. Mas temos que investigar com justiça”. Teresa também citou a necessidade de reforçar políticas de segurança especial para as mulheres, para prevenir a violência e o feminicídio.
CONFRONTOS
Gilson Machado, que aparentava nervosismo, escolheu a candidata petista como adversária principal. Chegou a pedir à produção do programa para trocar de lugar, pois não queria sentar-se ao lado da deputada estadual durante o debate. Tendo o pedido negado, partiu para afirmações e perguntas que nada tinham a ver com o Senado, ou com propostas de trabalho. Chegou a citar dados falsos para elogiar Bolsonaro (“nunca houve um governo com tantas conquistas para as mulheres”; “as taxas de agressões a mulheres no Brasil diminuíram 42%”) e criticar Lula (“um roubo de 4 trilhões de reais”).
Com foco nas propostas para o Senado, a pergunta livre de Teresa Leitão foi direcionada a Guilherme Coelho, a respeito do Brasil ser o maior produtor de grãos e, ao mesmo tempo, ter o povo passando fome. O ex-prefeito de Petrolina defendeu condições de expansão para o produtor rural, e a petista acrescentou que, além do agronegócio, é preciso considerar a agricultura familiar, a agroecologia, a economia solidária como elementos importantes para o combate à fome e à miséria.
Em um embate direto, Gilson Machado insinuou que Teresa estava agindo com incoerência, e recebeu a seguinte resposta da petista: “A coerência está na aliança política que se repete aqui em Pernambuco. Agora eu lhe pergunto, e pergunto aos ouvintes: política pode tudo? Pode ter negociação com barras de ouro? Pode a Polícia Federal não investigar os filhos do presidente? Pode o Presidente da República afrontar os poderes constituídos? Eu sou uma política que não caiu de paraquedas na Assembleia Legislativa. Eu tenho história, história de luta, história de defesa de uma bandeira incomparável, que é a bandeira da educação”.
SENADORA
“Como senadora, vou trazer recursos para Pernambuco. É isso que precisa ser dito. Tem candidato que se comporta como se fosse candidato a governador, mas não é”, explicou Teresa. Além disso, a candidata ao Senado pela Frente Popular reafirmou que ajudará o governo Lula, ajudará o governo de Danilo Cabral, que terá diálogo direto com os municípios e que vai atuar pela revogação de reformas feitas nos últimos seis anos, como a reforma trabalhista e a previdenciária.
“Uma professora no Senado. A primeira mulher senadora do estado de Pernambuco. É tempo de lutar contra a fome, de lutar contra o desemprego, é tempo de lutar contra a carestia, e nisso vocês podem contar comigo, Teresa Leitão, na luta, no dia a dia, coerente e honesta na vida pública e na vida privada. Respeitada por onde passou, e isso não é favor não: isso é obrigação. E é esse histórico de luta, de coerência, de sensibilidade que eu levarei para o Senado da República. Sou uma pessoa humilde, mas sou uma pessoa determinada, uma pessoa estudiosa e dedicada”, concluiu Teresa Leitão.