Um candidato preparado, seguro, conhecedor dos números e das necessidades da população do estado de Pernambuco. Foi assim que Danilo Cabral (Frente Popular) se destacou no debate promovido pela TV Globo no final da noite desta terça-feira (27) com concorrentes ao governo. Alvo principal dos demais participantes, Danilo não deixou nenhuma pergunta sem resposta e revelou as contradições e fragilidades dos demais concorrentes à cadeira do Palácio do Campo das Princesas. Cinco candidatos participaram do debate, dois faltaram. Os faltosos foram: Marília Arraes (Solidariedade) e Anderson Ferreira (PL). Marília recebeu críticas de todos os concorrentes por se negar a participar; ela faltou a todos os seis debates deste primeiro turno. Anderson também se recusou a dialogar com os demais postulantes. As imagens das cadeiras vazias de Marília e Anderson representaram a ausência dos dois.
Danilo estava focado em debater o estado, esclarecer dúvidas e colocar à prova incoerências dos adversários. Quando teve a oportunidade de questionar Miguel Coelho, quis saber qual a relação de Miguel com o empresário Emival Ramos Caiado. Conforme mostrou o jornal Folha de São Paulo, Caiado contou com o senador Fernando Bezerra Coelho, pai de MIguel, que usou sua influência para pedir ao Ministério do Trabalho para tirar o nome de Emival da “Lista suja do trabalho escravo”. Essa lista é composta por empresários autuados por submetem trabalhadores a condições análogas à escravidão. Agora em 2022, depois do pedido de Fernando Bezerra Coelho, Caiado doou R$ 600 mil para a campanha de Miguel e de dois irmãos. Miguel não explicou a relação com Emival: “Eu prefiro falar do futuro, das minhas propostas..”, desviou o candidato da União Brasil. Em tréplica, Danilo mostrou que Miguel “fugiu da resposta” porque tem “dinheiro sujo na campanha dele”.
Quando Miguel Coelho tratou da saúde e falou de supostas obras do governo atual, Danilo foi incisivo ao lembrar que o ex-governador Eduardo Campos prometeu construir três novos hospitais e todos foram construídos. O socialista disse ainda que, além das três unidades, foram erguidos outros seis, instaladas 12 Upas e o estado totalizou investimentos na ordem de 17% da receita – um percentual maior que o exigido por lei para a saúde (12%). No momento em que Miguel questionou sobre a economia em Pernambuco, Danilo respondeu de pronto: mostrou em números o esforço fiscal que permitiu um investimento de R$ 15 bilhões nos próximos anos. “Pernambuco vai viver um novo momento graças ao equilíbrio fiscal”. Aproveitou para anunciar que seu governo estimulará o pequeno empresário a crescer, oferecendo microcrédito e desburocratizando processos.
A ausência de Marília Arraes no debate foi cobrada por Danilo de forma didática: “Você contrataria algum empregado sem ter a oportunidade de fazer entrevista com ele?”, perguntou. “Esta é uma oportunidade de o eleitor fazer a seleção”, disse o candidato da Frente Popular, listando as sucessivas faltas de Marília na Câmara Federal, se esquivando de opinar em votações importantes para a vida das pessoas.
Ao responder uma pergunta de Raquel Lyra sobre desemprego em Pernambuco, Danilo pontuou: “O seu partido, o PSDB, foi grande defensor da Reforma Trabalhista, que gerou desemprego e precarização”, frisou ele para então denunciar Raquel por deixar um déficit de R$ 26 milhões nos caixas da Prefeitura de Caruaru, quando ela era gestora. “Você não foi essa bala toda, não!”, disse o socialista. Depois, Danilo completou de maneira afirmativa sobre o futuro: “Não dá pra dissociar o discurso da prática. Não adianta terceirizar a responsabilidade. Concluirei as obras inacabadas e faremos 50 mil novas casas. É assim que se transforma”.
Uma vez questionado pelo Pastor Wellington (PTB) sobre obras e investimento em hospitais de campanha na pandemia, Danilo Cabral fez questão de lembrar que Pernambuco foi o segundo estado com a menor taxa de letalidade da Covid-19 do Brasil, graças ao investimento do governo. “Se não fosse a ação do estado, não teríamos preservado tantas vidas em Pernambuco. O senhor é responsável por representar o governo do genocida de Bolsonaro”, rebateu, ligando Wellington ao presidenciável que o pastor defende.
Danilo Cabral saiu do debate confiante de que esta foi uma excelente oportunidade para se apresentar melhor ao eleitor, dialogar com os demais concorrentes e, de forma direta, com o povo.