Depois do cavalo de pau que deu no processo sucessório com a sua candidatura ao governo de Pernambuco pelo Solidariedade, a deputada federal Marília Arraes está isolada na oposição. A parlamentar não terá o apoio de Lula, nem a grife do PT e nem a máquina eleitoral do PSB no seu palanque. Marília muito menos montou chapa proporcional. Tudo isso deu à sua candidatura um tom de projeto pessoal.
A primeira a dar um freio de arrumação foi a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, que garantiu ontem a sua pré-candidatura ao Palácio. “Foguete não tem ré”, brincou a líder nas pesquisas de intenção de voto – Raquel se desincompatibilizará do cargo no próximo dia 31.
A caruaruense sabe que Marília, por ter seu mesmo perfil, tira votos dela. Portanto, é sua concorrente. Outra coisa: como Raquel, que preparou a sua candidatura por tanto tempo, poderia desistir à essa altura do campeonato. O que ela justificaria aos seus aliados para, por exemplo, sair para o Senado e não para o Governo do Estado?
Do mesmo jeito, o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, reafirmou sua candidatura a governador. Mesmo contra os familiares, que preferiram uma composição, Miguel não abre e será, sim, candidato; mesmo que seja para perder. O petrolinense sabe que o projeto de Marília espreme a sua candidatura contra a parede, o que o deixa sem espaço para crescer.
Se Marília não tem espaço com Raquel e Miguel, muito menos com Anderson Ferreira. O prefeito de Jaboatão dos Guararapes ancora o seu projeto no presidente Bolsonaro. A insistência de Marília em tentar se agarrar com Lula, mesmo o petista dizendo que só terá um candidato em Pernambuco, o socialista Danilo Cabral, inviabilizará uma composição entre Marília e os evangélicos.