Na manhã desta sexta-feira (11), o prefeito do Recife, João Campos, vistoriou as obras dos novos quiosques da orla de Boa Viagem e Pina. Com um montante 15% menor em relação ao valor de referência, o Executivo Municipal investirá cerca de R$ 8,6 milhões na construção das novas estruturas. Com uma economia de aproximadamente R$ 2 milhões para o cofre municipal, as obras serão realizadas com a mesma qualidade do projeto aprovado pela Associação dos Barraqueiros de Coco do Recife (ABCR), ainda em novembro do ano passado. As obras dos novos quiosques estão sob a coordenação geral do Gabinete de Projetos Especiais e contam com a parceria da Secretaria de Política Urbana e Licenciamento.
“A gente está aqui visitando as obras de requalificação dos quiosques da Avenida Boa Viagem. São 60 quiosques, serão todos reconstruídos, um investimento de R$ 8,6 milhões da Prefeitura do Recife para garantir a qualidade desse que é o principal cartão postal da cidade. De maneira imediata, a gente já está com obra em seis quiosques, e a gente vai fazer em dez módulos de seis quiosques e, em 12 meses, a gente vai entregar por completo essa obra”, declarou João Campos durante a vistoria. “Com isso, a gente garante que a nossa Avenida Boa Viagem, nossa orla, tão utilizada pelos recifenses e por turistas, vai estar totalmente adequada e requalificada. Eu havia informado que os quiosques não estavam do jeito que a gente gostaria, bem mantidos e cuidados. E agora a gente está conseguindo realizar essa ação tão importante que é a requalificação plena de todos eles”, complementou ele.
Assim como todas as obras, essa foi iniciada também com a preparação do canteiro de obras, que incluiu a mobilização da equipe, compra e entrega dos principais insumos necessários à realização dos serviços. Ao mesmo tempo, já foi possível fazer o isolamento dos seis primeiros quiosques que serão demolidos para dar lugar às novas estruturas. A orla conta com 60 espaços e o plano prevê a intervenção em 10 etapas, ao longo de aproximadamente um ano, com obras acontecendo simultaneamente em seis quiosques por vez. Assim, os seis primeiros isolados para início das obras são os que estão em estado de conservação mais precário, seguindo a direção Boa Viagem/Centro do Recife.
Os novos quiosques terão tamanho padrão de 39,8 metros quadrados de área coberta, sendo 12,14 metros quadrados de área interna – maiores que as estruturas atuais. A ideia do projeto é realizar a transição entre o ambiente natural da praia e o construído – calçadão e avenida – mantendo aspectos de segurança, durabilidade, manutenção, funcionalidade e acessibilidade. O sistema de lajes de concreto de alto desempenho vai garantir segurança e durabilidade aos quiosques, além de facilitar a manutenção. A acessibilidade está contemplada no projeto – os equipamentos têm previsão de balcão acessível para atendimento de cadeirantes. O projeto terá forte identidade recifense, com a preservação da herança arquitetônica, da memória urbana e da cultura popular da cidade. A laje plana projetada dialoga com a linha do horizonte da praia.
O concreto pigmentado na cor areia confere originalidade e contemporaneidade ao conjunto dos quiosques, como encontrado no Museu Cais do Sertão em Recife, no Paço das Artes em São Paulo, no Museu Casa Paula Rego em Portugal, ou mesmo, no Museu Iberê Camargo em Porto Alegre, com o concreto branco estrutural. O painel de azulejaria de tradição portuguesa e largamente utilizado na arquitetura moderna brasileira e pernambucana – a exemplo dos encontrados no Edifício Acaiaca em Boa Viagem, Edifício Barão de Rio Branco na Boa Vista, do arquiteto Delfim Amorim e nos volumes das cascas de cobertas pré-moldadas de Armando de Holanda no Parque dos Guararapes – foi incorporado ao projeto, com um redesenho das antigas velas e ondas das calçadas da Avenida Boa Viagem, se transformando num momento de resgate da memória urbana do Recife. Os azulejos revestirão os depósitos que irão auxiliar na organização do novo layout interno. Os beirais amplos dos quiosques trarão sombras mais generosas, dando o conforto ambiental tão necessário nas cidades tropicais. (Fotografias – Rodolfo Loepert/ PCR Imagem)