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Ex-governador de SP Geraldo Alckmin se filia ao PSB e abre caminho para chapa com Lula

Por Marcela Mattos e Luiz Felipe Barbiéri, g1 — Brasília

O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin se filiou na manhã desta quarta-feira (23) ao PSB.

Com a entrada na legenda, Alckmin dá mais um passo em direção à formação de uma chapa com o ex-presidente Lula (PT) para a disputa da Presidência da República.

O ato acontece em Brasília, contou com a presença de políticos e parlamentares do PSB e do PT, e foi marcado por críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro (leia mais abaixo).

As negociações para que o ex-tucano e ex-adversário petista seja o vice de Lula nas eleições de 2022 vêm se desenrolando nos últimos meses.

Em entrevista na semana passada, Lula disse que ele e Alckmin estão em “um processo de conversação”.

Apesar da resistência de setores do PT ao nome de Alckmin, as negociações estão avançadas e, de acordo com a colunista do g1 e da GloboNews, Natuza Nery, a previsão é que a chapa Lula-Alckmin seja anunciada em meados de abril.

Já segundo o blog da jornalista Andreia Sadi, Lula e Alckmin conversaram nos últimos dias para acertar detalhes da pré-campanha presidencial. Os dois devem começar a viajar pelo país no próximo mês.

O ingresso de Alckmin no PSB se dá a dez dias do prazo limite para que candidatos que queiram disputar a eleição deste ano estejam filiados a um partido político.

Lula não compareceu ao ato de filiação de Alckmin ao PSB. Entre os petistas, esteve presente a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e o líder do PT na câmara, Reginaldo Lopes (MG).

Também estavam no ato o presidente do PSB, Carlos Siqueira; o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande; o governador do Maranhão, Flávio Dino; além de parlamentares. O prefeito de Recife e filho do ex-governador Eduardo Campos, João Campos, também compareceu.

Quem é Alckmin
Um dos fundadores do PSDB, Alckmin deixou o partido no final de dezembro do ano passado, após mais de 33 anos de trajetória na legenda. Na ocasião, afirmou que era um “tempo de mudança” e “hora de traçar um novo caminho”.

Formado em medicina, ingressou na política há 50 anos, já tendo transitado por diversas funções no âmbito do executivo estadual e também do Legislativo: foi vereador, prefeito de Pindamonhangaba, deputado estadual, deputado federal, vice-governador e governador de São Paulo.

Alckmin também já disputou a presidência da República duas vezes. Em 2006, quando perdeu no segundo turno para o ex-presidente Lula, e em 2018, quando ficou na quarta colocação, atrás de Jair Bolsonaro, Fernando Haddad e Ciro Gomes.

Críticas a Bolsonaro
O ato de filiação de Alckmin também foi marcado por críticas ao governo Bolsonaro. O presidente da República, que deve disputar a reeleição, aparece em segundo lugar nas pesquisas, atrás de Lula, que lidera as intenções de voto.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que PT e PSB “têm uma trajetória comum na luta pela democracia” e defendeu a “mobilização de forças” para “encerrar esse tempo de sofrimento por que passa o povo brasileiro, de retrocesso, de ações que tiram a esperança no futuro do país.”

“Esse ato de filiação tem um imenso significado para o Brasil. Nunca foi tão necessário mobilizar forças pelo nosso país”, disse a presidente do PT

“PSB e PT têm uma trajetória comum na luta pela democracia. Nós estivemos juntos no governo, na oposição, na defesa pelo direito dos trabalhadores e trabalhadoras, na soberania nacional. Juntos, fizemos história nesse país e juntos vamos fazer história novamente”, completou ela.

O presidente do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que a disputa presidencial não será entre a esquerda e a direita, mas sim “entre a democracia e o arbítrio, entre a civilização e a barbárie”

“Nós não somos forças suficientes para ganhar a eleição presidencial, que nós precisamos alargar os horizontes, que nós precisamos alargar o espectro político, que nós precisamos agregar forças, que nós precisamos unir os homens e as mulheres de bem para que tomem fileiras pela defesa da democracia, pela defesa da liberdade”, disse Siqueira.

“Nós temos que reconhecer que esta figura nefasta que governa o nosso país é resultado da falência do sistema político, que, embora tenha produzido grandes conquistas sociais, chegou ao momento que se deteriorou e permitiu que figura tão inexpressiva do Congresso Nacional chegasse à presidência da República. Esta anomalia precisa ser encerrada, e essa anomalia só será encerrada se nós tivermos a grandeza e a capacidade de alargar os nossos horizontes”, completou ele.


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