Ao participar da audiência pública realizava na manhã desta quinta-feira (16) na Assembleia Legislativa de Pernambuco, o deputado estadual Diogo Moraes (PSB) defendeu a união de forças para garantir proteção ao Polo de Confecções do Agreste. O encontro debateu os impactos que o acordo comercial Brasil/Ásia, que está em construção na esfera nacional, e que poderá ter reflexos negativos nos setor têxtil, de confecções e automotivo no Brasil.
“Se nós não nos organizarmos enquanto Polo de Confecções, deixarmos as políticas partidárias que tanto enfincam ao nosso Polo, esse bairrismo que impera em nossa região entre Santa Cruz do Capibaribe, Toritama e Caruaru, essa disputa não salutar, mas é que cultural e se nós não nos organizarmos seremos engolidos, sim. Isso é verdade e é real. Eu peço encarecidamente aos representantes do Polo de Confecções entendam que esse é um debate apolítico, se nós colocarmos políticas eleitorais, eleitoreiras, politicagem local neste ambiente, o prejudicado vai ser o Polo de Confecções”, contou Diogo Moraes.
Diogo Moraes ainda negou que a discussão seja taxada como terrorista. “Se proteger o nosso Polo de Confecções é fazer terrorismo, o primeiro terrorista está aqui”, frisou.
O parlamentar o informou que, na última segunda-feira, esteve com o secretário do Comércio Exterior, Lucas Ferraz, e que recebeu a notícia de que o acordo deve se concretiza entre três e cinco anos. ““Esse acordo comercial é altamente letal para nossa economia. Os nossos números e as nossas gerações de emprego, o tanto de gente que sai de diversas regiões do Nordeste para trabalhar no Polo de Confecções, precisam ser protegidos, mas para protegê-los, nós temos que começar a discutir um grande estudo da nossa região que será feito pela Adepe, para detalhar o que nós somos, o que produzimos, o que geramos de emprego e renda e para onde vamos, para que assim possamos suportar a entrada de produtos de toda a parte do mundo”, frisou Diogo Moraes.
Depois de apresentar dados importantes sobre a área, como a geração de 300 mil empregos diretos, a produção de 800 milhões de peças e o giro R$ 5 bilhões anuais na economia, o deputado Erick Lessa destacou que é preciso união para fortalecer a discussão. “Todas essas cidades (do Polo de Confecções), devem dar as mãos e seus representantes devem caminhar numa mesma direção. Não poderia abrir mão de conclamar a todos essa união”, afirmou.
Representando o Governo de Pernambuco, o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (ADEPE), Roberto Abreu e Lima, frisou que o Poder Executivo está atento e disposto e entrar nessa luta. “O Polo de Confecções tem um olhar estratégico do Governo, inclusive com monitoramentos permanente”, pontuou.
Já o prefeito de Toritama, Edilson Tavares, destacou a importância da defesa feita por Diogo Moraes e disse que a cidade seria fortemente atingida com a concorrência asiática. Segundo ele, 97% da população da região sobrevive do setor de confecções.
Durante o encontro, a Comissão de Desenvolvimento Econômico deu alguns encaminhamentos, como a proposição de criar uma Frente Parlamentar Mista, a partir da União de Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), sugerida por Diogo Moraes, a criação de uma comissão para dialogar com o Ministério da Economia, proposta pela deputada Alessandra Vieira (PSDB) e a formulação de um estudo com dados aprofundados do setor.
O encontro ainda contou com a participação do secretário de Governo de Taquaritinga do Norte, Ronaldo Veiga, representando o prefeito Lero, o vereador de Santa Cruz do Capibaribe, Flávio Pontes, representado o prefeito Fabio Aragão, além de vereadores de diversos municípios, empresários e instituição ligada ao setor têxtil e de confecções.
Fotos: Antonio Carlos de Holanda