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Escola realiza celebração por lei do deputado estadual Professor Paulo Dutra

A Escola de Referência em Ensino Médio Silva Jardim, localizada no bairro do Monteiro, no Recife, realizou um evento em comemoração pela sanção da lei n° 17.451, do deputado estadual Professor Paulo Dutra, que declara Wilma Lessa como patrona do feminismo de Pernambuco. A unidade escolar possui um Núcleo de Estudos de Gênero e de Enfrentamento da Violência contra a Mulher que leva o nome da jornalista, poetisa, ativista política e militante feminista Wilma Lessa, que faleceu em 2004.

O evento contou com dezenas de estudantes e com vários professores da escola que lotaram, levando em consideração o distanciamento, a quadra da unidade. Além de contar com a presença do autor da lei, o evento registrou a presença da gestora da escola, profa. Keila Lima; da coordenadora do núcleo, Cristiana Cordeiro; do jornalista e biógrafo de Wilma Lessa, Waldir Leite; da representante da Secretaria da Mulher, Valdirene Gonçalves; e da representante da secretaria de educação, Leuza Nogueira.

O jornalista Waldir Leite, amigo de Wilma Lessa, representou a família da patrona no evento. Para ele, a homenagem é merecida por todo o legado de luta deixado por Wilma. “Nós fomos amigos desde muito jovens. Acompanhei a trajetória de toda a vida dela, então acho justo e merecido este título. Ela viveu muito na pele a questão do feminismo aqui no estado. Ela foi uma autêntica feminista. Ela vivia isso no cotidiano e transformou isso numa bandeira de vida e numa coisa que atingiu e protegeu a todas as mulheres de modo geral. Ela sempre questionou o comportamento machista e sempre foi a favor da liberdade e dos direitos da mulher. Ela dizia que a mulher tudo pode, que nunca precisou do homem para dizer o que ela pode ou deve fazer. Incomodava muito a ela toda essa questão do machismo e da violência contra a mulher em vários níveis”, disse.

Waldir ressaltou ainda que atitudes cotidianas faziam Wilma Lessa refletir e questionar as atitudes dos homens em relação às mulheres: “Ela gostava muito de ir num bar. Ela pegava um livro e sentava num bar para ficar lendo e tomando um drink. Ela era uma mulher bonita e vaidosa e, sempre que isso acontecia, chegava um chato de um homem para puxar assunto, assediar etc. E ela sempre lamentava dizendo que qualquer mulher tem direito de ir num bar sozinha sem precisar de um homem para resolver os problemas dela”.
A patrona do feminismo pernambucano teve, na década de 1980, papel fundamental na criação das delegacias especializadas da mulher. Ela foi ainda coordenadora do Grupo Viva Mulher e uma das fundadoras do Fórum de Mulheres de Pernambuco. Para o deputado Professor Paulo Dutra, a escolha deste nome para receber o título foi natural. “O nome de Wilma Lessa tem peso no movimento feminista de Pernambuco. Quando a gente cria uma lei dizendo que existe uma patrona deste feminismo, é muito importante que se dê tal título a alguém que tenha uma representação forte no grupo. Fico muito feliz em ver que este, um dos mais de duzentos núcleos de estudos de gênero que existem na escola, leva o nome de Wilma Lessa e envolve tanto a comunidade escolar. Wilma agora será reverenciada, estudada e sua história de vida servirá como espelho para a vida de tantas meninas e de tantos meninos no nosso estado”.

Se estivesse viva, a patrona do feminismo de Pernambuco, Wilma Lessa, completaria 70 anos no dia 9 de junho do próximo ano.


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