Órgão vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Agrário do estado de Pernambuco forneceu material genético ao Epamig, em Minas Gerais
A palma forrageira tem sido uma alternativa barata e nutritiva para a alimentação de bovinos e caprinos em diversas regiões semiáridas do nordeste. Desde 2017, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) estuda a possibilidade de plantar e utilizar as raquetes na alimentação dos animais nos períodos de seca no estado mineiro. A iniciativa só foi possível porque o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Estado de Pernambuco (SDA), forneceu material genético da planta ao Epamig.
A parceria deu certo entre as instituições, e a distribuição das raquetes em Minas Gerais acontecerá em setembro por meio do programa Rede Palma. Até o momento, o Epamig estava testando a qualidade das palmas Orelha de Elefante Mexicana, IPA Sertânia e Miúda em solo mineiro. A pesquisadora e chefe da Epamig Norte, Polyanna Mara Oliveira, explica que eles receberam o material e tiveram a ideia de testar em diversas localidades de Minas Gerais devido a necessidade e ao bom desempenho visto no estado de Pernambuco.
O plantio e a condução do banco de germoplasma foi feito seguindo as tecnologias geradas pelo IPA, como espaçamento de plantio, manejo de pragas e doenças e recomendação de adubação. O pesquisador do instituto, Dr. Djalma Cordeiro, promoveu treinamentos dos pesquisadores, técnicos e extensionistas para a implantação do banco de germoplasma em Minas Gerais.
Segundo a Dra. Polyanna, “a parceria com o IPA representa um grande avanço para Minas Gerais, especialmente para a região semiárida do estado localizada na porção norte e no Vale do Jequitinhonha.” Por meio das tecnologias de produção de palma forrageira geradas durante anos de pesquisa e disponibilizadas pelo IPA, o semiárido mineiro pode hoje ampliar sua área plantada com materiais resistentes à cochonilha do carmim, por exemplo.
Pesquisa e extensão rural
Entre 2014 e 2020, o IPA distribuiu na região nordeste mais de 60 milhões de raquetes de palmas resistentes às pragas mais comuns. Além disso, o instituto também mantém pesquisas para melhorar a produção e qualidade da palma forrageira para alimentação dos animais.
Sobretudo, por meio de projetos e iniciativas do IPA, a palma forrageira se tornou um alimento muito importante para a manutenção de bovinos e, como consequência, para a produção de leite. “Os pecuaristas receberam recursos para fomentar os projetos produtivos, instalação de unidades de referências, capacitações e assistência técnica contínua, ações voltadas para a implementação e demonstração de práticas agropecuárias sustentáveis e tecnologias sociais com foco no contexto regional”, explica o extensionista e supervisor de Bovinocultura do IPA, Luiz Bezerra de Brito.
Benefícios alimentares
A palma forrageira é rica em energia, tem grande tolerância à seca e boa capacidade de rebrota após o corte. Além de ser muito utilizada na alimentação de animais, também é uma opção para a dieta humana. A planta possui vitamina A, vitamina C, vitaminas do complexo B, fibras e tem vários tipos de aminoácidos importantes para a saúde. (Foto: Epaming)