As tristes cenas do incêndio na Cinemateca Brasileira, que aconteceu na noite da última quinta-feira, chocaram o Brasil. Diversos artistas, produtores culturais e a própria sociedade civil se manifestaram sobre o assunto, além de diversos parlamentares. Um deles foi o Deputado Federal Tadeu Alencar (PSB-PE), que preside a Frente Parlamentar em Defesa do Cinema e do Audiovisual, e que acionará, ao lado de outros colegas de mandato, a Procuradoria Geral da República para responsabilizar o Governo Federal pelo que classificou como negligência e omissão criminosas.
“Esse incêndio que ocorreu na Cinemateca não é um mero acidente. É um crime de lesa-memória. É o resultado de uma política deliberada do Governo brasileiro de atacar todas as nossas instituições culturais, de maneira sistemática e planejada. Vamos retomar as atividades do Congresso Nacional na segunda-feira e já estamos articulando estratégias jurídicas e políticas, para responsabilizar o Governo Bolsonaro por isso. Vamos ingressar na PGR com uma notícia-crime contra a Secretaria Especial de Cultura pela má gestão, ou a falta de qualquer gestão, em relação à Cinemateca. Não é fortuito. É omissão dolosa.”.
De acordo com Tadeu, a indiferença do presidente Jair Bolsonaro e do Secretário Especial de Cultura, Mário Frias, foram fatores determinantes para o incêndio na Cinemateca.
“A Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados fez diversas audiências públicas para trazer luz sobre a situação de vulnerabilidade da Cinemateca, que estava relegada à própria sorte. Em muitas delas, o Governo Federal sequer mandou um representante. Fizemos uma reunião para discutir a Cinemateca em julho de 2020 e outra em abril deste ano, além de manifestos, ações judiciais, protestos de artistas e amigos da instituição, mas nada foi feito”, comentou Tadeu Alencar, que lamentou o golpe sofrido pela história do Brasil com o incêndio.
“A Cinemateca é uma instituição depositária da memória do nosso país e do nosso audiovisual, mas vem sendo submetida a uma vulnerabilidade inaceitável, denunciada inclusive por ações do Ministério Público Federal, de servidores, de fazedores de cultura e de parlamentares. Tudo isso sob a indiferença do Governo Bolsonaro. Quer agir assim? Pode fazê-lo, mas não sem responder por isso. É grave!”
Além de Tadeu Alencar, estão juntos nessa entrada com a notícia-crime na PGR os deputados federais Paulo Teixeira (PT-SP), Lídice da Mata (PSB-BA), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Alice Portugal (PC do B-BA), Benedita da Silva (PT-RJ), Maria do Rosário (PT-RS), Áurea Carolina (PSOL-MG), Sâmia Bonfim (PSOL-SP), Alexandre Padilha (PT-SP) e Orlando Silva (PC do B-SP).