G1 — Brasília
Ao se preparar para a cerimônia oficial de despedida do Equador nesta segunda-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro comentou com assessores que precisava colocar máscara de proteção contra a Covid porque estava “dando mau exemplo”.
Bolsonaro esteve no Equador para participar da posse do novo presidente do país, Guillermo Lasso. Em solo equatoriano, ele utilizou máscara ao desembarcar e durante os eventos oficiais. Na véspera, no Rio de Janeiro, causou aglomeração em um passeio de moto com apoiadores, onde ele e ministros do governo não utilizaram máscara.
No aeroporto da capital Quito, ao chegar ao saguão para a cerimônia oficial de despedida do país, o presidente não usava máscara de proteção, conforme imagens transmitidas por uma rede social do presidente. Cercado por várias pessoas, todas com máscaras, Bolsonaro afirmou:
O presidente costuma desdenhar o uso de máscaras. Já questionou, sem apresentar provas, a eficiência da máscara como meio de proteção contra a contaminação pelo coronavírus, que provoca a Covid-19.
Na sexta-feira (21), o governo do Maranhão multou Bolsonaro por provocar aglomerações e não usar máscara de proteção em meio à pandemia de Covid durante um evento realizado em Açailândia, município localizado a 526 km de São Luís. O valor da multa por infração sanitária será definido após a apresentação da defesa, que tem prazo para ocorrer em até 15 dias.
No Rio, até a última atualização desta reportagem, a prefeitura ainda não tinha se manifestado sobre eventual punição pelo descumprimento de normas sanitárias do estado, onde o uso de máscaras em locais públicos é exigido.
Bolsonaro e a máscara
Em julho de 2020, Jair Bolsonaro chegou a vetar trechos de um projeto aprovado pelo Congresso Nacional que tornava o uso da máscara obrigatório em áreas públicas, em todo o território nacional. Bolsonaro decidiu retirar do texto os trechos sobre o uso em escolas, comércios, templos religiosos e outros locais que geram aglomeração. O veto foi derrubado pelo Congresso e as regras, promulgadas.
Bolsonaro também critica constantemente o uso de máscaras como forma de evitar a disseminação do novo coronavírus.
Em agosto de 2020, o presidente disse, sem apresentar qualquer evidência, que a eficácia da máscara é “quase nenhuma”. A declaração foi dada a apoiadores que o aguardavam na porta da residência oficial do Palácio da Alvorada.
Em julho de 2020, Bolsonaro tirou máscara durante o anúncio de que tinha contraído a Covid-19, aumentando o risco de transmissão da doença para as pessoas que participaram do anúncio.