Ao longo da semana, a programação virtual do Centro Cultural Cais do Sertão se volta para a 19ª Semana de Museus, realizada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), sob o tema “O futuro dos museus: recuperar e reimaginar”. Desta segunda-feira (17) até o domingo (23), os internautas terão acesso a materiais recém-saídos do forno produzidos pelas equipes de Conteúdo e Educativo do Cais. Todas as atividades estarão disponíveis gratuitamente no Instagram, Spotify e canal do YouTube do espaço.
O primeiro projeto é o podcast Acontece no Cais, cujo conteúdo oferece as melhores lives de 2020 em formato de áudio. Quem encabeça a ação é o músico e educador Diogo do Monte. O podcast entrou no ar nesta segunda no Spotify.
Já o segundo trata-se de série incentivada pela Lei Aldir Blanc (LAB) e coordenada pela museóloga do Cais, Rosélia Adriana. A série Imbalança na Rede é dividida em quatro episódios, que vão trazer uma demonstração rítmica e teórica da musicalidade pernambucana (Agreste, Sertão, Mata Norte e Litoral) para os internautas.
Os vídeos têm 15 minutos de duração e são mediados pelos educadores Perácio Gondim e Diogo do Monte diretamente da Sala Imbalança, que recebeu uma honraria no Prêmio Rodrigo de Melo Franco, do Iphan, na categoria Patrimônio Imaterial no ano de 2020. As videoaulas poderão ser acessadas pelo canal do YouTube do Cais a partir do dia 20. O primeiro programa trará um apanhado sobre a musicalidade predominante do Litoral de Pernambuco – Maracatu de Baque Virado e Frevo.
“O Cais tem tomado as rédeas do online e proporcionado reflexões importantes para a sociedade com programação de alto nível. Neste mês, teremos ainda mais lives e playlists e um novo webinário, tudo voltado à educação, à preservação patrimonial e à importância dos museus na sociedade”, revela o secretário de Turismo e Lazer, Rodrigo Novaes.
SÉRIE: PATRIMÔNIOS VIVOS DE PERNAMBUCO
Além da programação alusiva à Semana dos Museus, o Cais segue com seus especiais do mês de maio. Nesta segunda-feira, entrou no ar nova publicação da série Patrimônio Vivos no Instagram oficial do museu (@caisdosertao), exaltando mais um grande nome da cultura popular de Pernambuco. O homenageado é uma figura elegante, mestre de coco e repentista, que, aos 81 anos, gravou o primeiro disco. O museu presta toda a reverência ao Mestre Galo Preto, o rei do improviso. O título de Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco foi concedido ao mestre em dezembro de 2011.
A série semanal dos Patrimônios Vivos conta com o trabalho de pesquisa e curadoria das equipes de Conteúdo e Educativo do Cais. Ao longo das semanas, os internautas terão acesso a curiosidades e histórias de artistas que elevam fortemente a cultura nordestina.
“O Cais tem se empenhado em homenagear e explorar os diversos ritmos, músicos e artistas nas ações virtuais. Com a série sobre o os Patrimônios, buscamos exaltar o que de mais rico existe em Pernambuco: a arte. Assim como o museu é a casa de todos os pernambucanos, as nossas redes sociais servem de acolhimento para todos os movimentos”, comenta a gestora do Cais, Maria Rosa Maia.
CONHEÇA MESTRE GALO PRETO
Mestre Galo Preto, o rei do improviso, é Tomaz Aquino Leão e ganhou este apelido nos anos 1930 quando o menino metido a valente apartou uma briga. Nasceu no dia 8 de outubro de 1935, nos arredores do Quilombo Rainha Isabel, em Bom Conselho, no Agreste. Descendente de família rural, aos 8 anos já imitava emboladores da região e fez as primeiras rimas de improviso.
Aos 10 anos de idade, foi vender batatas na feira, e com sua irreverência costumeira fez improvisos na hora, chamando a atenção de um ilustre escritor, que admirava os pregões da janela da sua casa – Ascenso Ferreira identificou imediatamente o talento nato do menino. O escritor o colocou em contato com Zil Mattos, que o levou a um programa na Rádio Clube, iniciando assim o processo do seu reconhecimento nacional.
Nos anos 1970, participou de programas de TV, contracenando com Chacrinha, Silvio Santos e Flávio Cavalcanti. O seu nome começou a ficar conhecido nacionalmente quando começou a cantar com grandes nomes como Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Arlindo dos Oito Baixos, entre outros. Luiz Gonzaga, admirador do talento do Mestre Galo Preto, o considerava o maior embolador do Brasil.
Galo Preto ficou afastado dos palcos por 11 anos, retomando as atividades em 2008, no terceiro aniversário do programa “Sopa de Auditório”. Participou do documentário “Coquistas de Olinda” contra a violência Em 2007, no ano seguinte, em comemoração aos seus 65 anos de carreira, foi lançado o CD “Mestre que é bom mestre ensina o seu cantar…”.