Por Lucas Sampaio, G1
Uruguai e Argentina passaram o Brasil no ranking de vacinação contra a Covid-19 proporcional à população, apontam dados do Our World in Data. O Uruguai aplicou 9,91 doses a cada 100 habitantes até o momento, contra 6,95 da Argentina e 6,64 do Brasil.
O Uruguai começou a sua vacinação muito depois dos vizinhos, só no dia 27 de fevereiro, mas ultrapassou a Argentina no dia 10 de março e, dois dias depois, o Brasil.
Os uruguaios eram, até recentemente, exemplos no combate à pandemia na América do Sul. Mas foram os últimos a receberem um lote de vacina contra a Covid-19 e no momento vivem uma explosão no número de casos.
Já os argentinos começaram a vacinação muito antes dos vizinhos, ainda em 2020, mas em ritmo muito lento. O país foi ultrapassado pelo Brasil no fim de janeiro e pelo Uruguai em menos de duas semanas.
Mas a velocidade da imunização começou a ganhar tração em março, e a Argentina voltou a ficar à frente do Brasil no dia 18.
O Brasil tem 209,5 milhões de habitantes e aplicou 14,1 milhões de doses até o momento, contra 44 milhões e 3,1 milhões da Argentina e 3,4 milhões e 344 mil do Uruguai, respectivamente.
Os três estão acima da média mundial de vacinação proporcional (5,88) e à frente de outros vizinhos sul-americanos, como Peru (2,09), Bolívia (1,44) e Paraguai (0,21), mas muito atrás do Chile (45,65).
Segundo a Bloomberg, que tem um serviço para rastrear a aplicação de vacinas em todo o mundo, o Brasil deve atingir 75% da população vacinada em 2,1 anos no ritmo atual de vacinação. A Argentina deve levar 20 meses; o Uruguai, 9; e o Chile, apenas 3.
Exemplo na América Latina, o Chile segue disparado como o país que mais administrou vacinas na região e é o 5º no ranking mundial, atrás apenas Israel (113), Ilhas Seychelles (91), Emirados Árabes Unidos (74) e Mônaco (46).
O Brasil aparece na 60ª posição, logo atrás de Panamá (7,18) e Argentina (6,64) e um pouco à frente da Mongólia (6,38). O Uruguai (9,91) está em 51º, entre o Canadá (10,86) e a Arábia Saudita (9,57).
Mesmo sendo um dos países que vacina mais rapidamente no mundo, o Chile voltou a decretar lockdown para frear o aumento de contágios — uma amostra de que a vacinação parcial, por mais bem-sucedida que seja, não é suficiente para a vida voltar ao normal.