
Por Anitta Prado, Erick Rianelli, Viviane Tuffani, RJ1
O número de pedidos na Justiça para que um paciente com Covid-19 fosse transferido para um leito de enfermaria ou UTI no Rio de Janeiro quase dobrou em março, segundo a Defensoria Pública do estado. O órgão informou que fez 35 solicitações neste mês.
Conforme mostrou o RJ1, o estado tem 858 pessoas esperando por uma internação. De acordo com os defensores públicos, o índice aponta que a rede de saúde enfrenta um colapso.
“Nós infelizmente já vivemos um em colapso. Porque nós temos uma fila hoje que já tem mais de 700 pessoas. A gente pode falar sim que nos já estamos em colapso no estado do Rio de Janeiro”, afirmou Thaisa Guerreiro, Defensoria Pública.
Pior índice de leitos da pandemia
O número de pessoas internadas com Covid na rede SUS da capital fluminense e em Duque Caxias, na Baixada Fluminense, saltou de 874 em fevereiro para 1.483 nesta quinta-feira (25). São 738 pacientes nas unidades de terapia intensiva, o maior número até agora de toda a pandemia.
A taxa de ocupação da UTI na rede SUS da capital fluminense é de 96%. As vagas liberadas são ocupadas em poucas horas. Em março, foram abertos quase 200 leitos na capital.
A situação no estado também é preocupante, a ocupação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) chega a 89%, com 1880 pacientes graves.
Para a Defensoria Pública, é preciso abrir mais leitos urgentemente. Uma das alternativas seria o Hospital Modular de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, que já está pronto e deveria ter sido inaugurado em maio de 2020.
A promessa atual do governo é abrir com 150 leitos, sendo 50 de UTI, no dia 15 de abril.
“Essa é realmente uma grande alternativa que nós estamos tentando desde o início de 2020 mas ainda não abriu. É possível adotar algumas medidas também ainda de desbloqueio de poucos, são poucos leitos nas redes estadual e municipal, são poucos mas ainda existem”, afirmou Thaisa Guerreiro.
Na rede particular, a situação também é delicada. Segundo a Associação de Hospitais, a ocupação para Covid nas unidades particulares chega a 90%, são 349 pacientes em UTIs.
