ANTÔNIO JOSÉ DE LIMA
Toinzé de Neco Piancó é destas pessoas que fazem falta em qualquer roda de conversa. É um alquimista das palavras e dos fatos, tem habilidade extrema para animar uma boa conversa seja em torno de uma mesa de café com bolo de caco, um almoço, um jantar ou mesa de um boteco. Nesta última sua inspiração chega ao nível mais alto, não pelo ambiente profano e sim pelo grau de espontaneidade que grassa em referido universo.
Não tem como você fazer uma visita a Toinzé, em sua residência em São José do Egito, e sair com o mesmo conteúdo que chegou. Pelo menos uma ou duas histórias, de preferência com poesias pelo meio, o visitante leva no matulão. Parte do estoque já foi jogado em dois livros de sua autoria. O primeiro “Legado filosófico de poetas e repentistas semianalfabetos” e o segundo “REPENSE” representam somente a cumieira da casa. Seu repertório é mais do que a soma das pessoas por ele citadas em suas versões, é um caso de sinergia plena.
Além de poeta, contador de histórias e inventor de algumas também, Toinzé carrega consigo vasto conhecimento sobre alternativas para criação de bodes, ovelhas e adjacências, com ensina o cantor cearense Falcão. Discutir estes assuntos com ele é coisa para gente grande.
Não há como falar de Toinzé sem citar sua família. É casado com Maria Helena, filha de Lourival Batista e Helena Marinho e pai de Pedro que seguiu a profissão formal do pai, é um veterinário de mãos e pés “esborrotando” de conhecimento sobre os animais que habitam no nordeste brasileiro e Tonfil, artista plástico e dono de uma das mais
perfeitas vozes que já ouvi. Hoje a atenção maior e para o casal de netos.
Seria injusto não concluir este texto com um verso de Toinzé, eis aí um que foi por ele publicado no início de agosto último: “Quatro décadas convivendo/Com Dona Maria Helena/No mar bravio da vida/Onda grande, onda pequena/Sendo enfrentadas por nós/Duma maneira serena.”
