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Reunião com governador discute mobilização contra privatização da Eletrobrás

Diante da disposição do governo federal em retomar as privatizações neste ano, especialmente do setor elétrico, parlamentares e representantes do Conselho Nacional dos Eletricitários retomaram a mobilização contra a venda da estatal. Nesta quarta-feira (29), foi realizada uma reunião com o governador Paulo Câmara e a vice-governadora Luciana Santos (PCdoB).

O deputado federal Danilo Cabral (PSB), presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Chesf, presente na reunião, destacou a importância da mobilização para evitar a venda da estatal. “Se já era crime privatizar a Eletrobrás antes da pandemia, pela quebra da soberania, pelos impactos na vida das pessoas e na atividade econômica, agora, é mais grave. Precisamos de uma empresa forte e que atenda aos interesses do Brasil”, afirmou.

De acordo com Danilo Cabral, a reunião foi muito positiva e o governador assumiu o compromisso de conversar com os outros governadores do Nordeste sobre assunto. “O governador deve liderar, mais uma vez, na região, a luta contra a privatização da Eletrobrás e da Chesf, que é fundamental para o desenvolvimento do Nordeste”, disse o parlamentar. Ele destaca que o movimento feito no Congresso Nacional, junto com os governadores e a sociedade civil foi decisivo para impedir a venda da estatal durante o governo do ex-presidente Michel Temer

Segundo Danilo Cabral, a venda da Eletrobrás deve ser discutida com profundidade porque se trata de um setor estratégico para o Brasil. “Além disso, tem a questão valor. O governo fala em arrecadar R$ 12 bilhões, um montante que não chega perto dos R$ 23 bilhões injetados pela Eletrobrás nos cofres da União, nos últimos dois anos”, critica Danilo Cabral. O deputado acrescenta que também é preciso analisar os impactos de uma possível venda da estatal para a população.

Estudos da ANEEL já indicaram que a energia aumentará num primeiro momento 16%, reajuste que será repassado para a cadeia industrial inteira – 40% dos custos industriais são de energia. Portanto, todos os bens terão alta considerável de preços.

“As atividades das frentes parlamentares foram paralisadas devido à pandemia, mas estamos atentos aos movimentos do governo. Ontem, fizemos uma reunião com as quatro frentes parlamentares ligadas ao setor elétrico para estabelecermos um cronograma de ações, como fizemos na tentativa passada de vender a Eletrobrás”, comentou Danilo Cabral. Para os próximos passos, estão previstas reuniões com o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e com lideranças da oposição.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou a intenção de realizar ao menos quatro grandes privatizações neste ano: Eletrobrás, Correios, Porto de Santos e PPSA (Pré-Sal Petróleo S.A.). Para a venda das empresas do setor elétrico, no entanto,  é preciso a aprovação do projeto de lei 5.877/2019, de autoria do governo federal, que dispõe sobre a desestatização da Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – Eletrobras, pelo Congresso Nacional. O texto está aguardando despacho do presidente da Câmara.


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