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Faz um mês que Florianópolis registrou a última morte causada pela Covid-19. Desde o ínicio da pandemia, a cidade teve um total de sete óbitos.
Nas ruas do centro, ritmo praticamente normal, mas tudo permitido pelas autoridades de saúde. Para entender este aparente controle da doença, é preciso saber como a capital catarinense vem enfrentando a pandemia até aqui. Os especialistas dizem que Florianópolis colhe agora o que começou a plantar 80 dias atrás.
No dia 17 de março, assim como no restante do estado, todo comércio não essencial foi fechado, o transporte público interrompido e as aulas presenciais suspensas. Florianópolis ainda lançou um serviço de consulta virtual para atender as pessoas com os sintomas da doença e evitar, assim, a aglomeração nos hospitais. E a cidade ainda apostou na testagem.
“Enquanto todo mundo dizia que era para testar somente os casos graves, nós testávamos todos os casos que eram suspeitos, que era a grande maioria. Então, identificar, isolar e cuidar são as frases que nós usamos em Florianópolis”, afirma Carlos Justus, secretário municipal de Saúde de Florianópolis.
Florianópolis foi a última cidade catarinense a autorizar a volta do comércio de rua, com uma série de restrições. E a população parece ter entendido a importância do uso da máscara, da higienização das mãos e do distanciamento social.
Hoje são 710 casos confirmados na cidade. “Muito se fala dos respiradores. No nosso entendimento em Florianópolis, era fazer tudo o que for necessário para não chegar nos respiradores, porque quando chega nos respiradores o índice de morte é muito grande”, explica Justus.
Agora o governo do estado anunciou a volta do transporte coletivo a partir da próxima segunda-feira (8). A prefeitura da capital já disse que, na cidade, os ônibus só voltam a circular no dia 17 de junho e com ocupação máxima de 40%.
“E aí a prefeitura e os serviços de saúde precisam ficar muito atentos para monitorar estas condições e reverter ou recuar da medida ao menor sinal de agravamento da epidemia no município ou no estado”, avalia Fabrício Menegon, professor saúde pública UFSC.