O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) vem alardeando que o pacote emergencial aos Estados e municípios, aprovado pela Câmara dos Deputados no montante de R$ 89,6 bilhões, não deverá prosseguir no Senado e sofrerá alterações profundas. O argumento do líder do governo Jair Bolsonaro (sem partido) é que a União encontra-se em situação econômica difícil em meio à pandemia do coronavírus para garantir o “seguro-receita” sem contrapartidas dos governadores e prefeitos. Essa discussão, no entanto, mexe diretamente com os interesses de integrantes do clã Coelho. Isso porque Miguel Coelho é prefeito de Petrolina e vem enfrentando dificuldades para lidar com a enfrentamento ao vírus na cidade e pressão no cofre municipal.
Desde o início do agravamento da pandemia, Miguel Coelho, candidato à reeleição, vem adotando uma série de medidas que impactam diretamente na diminuição de arrecadação de impostos em Petrolina. Recentemente, o prefeito decidiu adiar a cobrança do IPTU e do ISS, que afeta o cofre municipal. Por outro lado, a gestão vem tendo que ampliar urgentemente o desembolso de recursos para compra de testes, materiais de proteção individual, ampliação de leitos, pagamento de profissionais e outras iniciativas para mitigar os impactos do Covid-19 na cidade sertaneja.
Na semana passada, Miguel Coelho anunciou o remanejamento de R$ 14,6 milhões para reforçar o orçamento da Saúde do município. Contudo, sem a ajuda aprovada com o aval da Câmara dos Deputados, inclusive do parlamentar Fernando Filho (DEM), como Petrolina vai enfrentar essa crise social e econômica advinda do coronavírus? O município sertanejo, assim como as demais cidades e estados brasileiros, vem sofrendo com queda de arrecadação. O pacote da Câmara significaria seis meses de ISS, com base na arrecadação do ano passado. Esse dinheiro chegaria em boa hora para aliviar o caixa da prefeitura e garantir serviços essenciais à população.
