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Professores do Recife denunciam desvio de função e sobrecarga

Professores do ensino integral e formadores da rede pública do Recife foram até a prefeitura da capital nesta quarta-feira (5) reivindicar respostas da Secretaria de Educação. Segundo eles, desde janeiro, a pasta tem mudado o planejamento letivo, gerando sobrecarga para os docentes. Além disso, professores estariam tendo que ensinar matérias que não são capacitados para lecionar. Uma professora de biologia, por exemplo, estaria sendo obrigada a dar aulas de história.

“A Secretaria de Educação reorganizou o currículo das escolas integrais entre dezembro e janeiro sem consultar os professores. Os horários foram alterados, sobrecarregando dos profissionais, que terão menos tempo para planejar as aulas. Isso impacta diretamente a qualidade de ensino”, afirma Igor Andrade, professor e diretor do Sindicato dos Professores do Recife (Simpere). A sobrecarga traz ainda outras consequências, além da falta de tempo para planejamento. “Temos relatos de professores de ciências que estão tendo que ensinar história do Recife, sem a formação adequada para isso”, aponta o professor.

As reivindicações da categoria vão além. Segundo o diretor do Simpere, os profissionais que lecionam nas instituições de tempo integral também foram informados de que não receberiam mais capacitação no Centro Paulo Freire, localizado no bairro da Madalena, Zona Oeste da capital, como os demais profissionais da rede pública do Recife. “A prefeitura simplesmente colocou que a formação seria individualizada em cada escola de tempo integral. As formações no centro eram a oportunidade que eles tinham de entrar em contato uns com os outros. Muitos projetos premiados no Estado e pelo Brasil surgiram a partir dessa interação entre os professores”, justificou Andrade.

Os docentes pedem também a contratação de novos profissionais, através de concurso público. Segundo eles, o déficit no número de professores formadores acaba prejudicando toda a rede de ensino. Para piorar a situação, 15 docentes teriam sido afastados sem justificativa entre os meses de dezembro e janeiro.

A categoria enviou ofício à secretaria, solicitando urgência para resolver os problemas. De acordo com o Simpere, uma reunião estava marcada para as 14h desta quarta-feira, mas a prefeitura teria se negado a receber os professores, tendo acionado a Guarda Municipal para intimidar o grupo de cerca de 50 profissionais que estava na sede da Secretaria de Educação. Após negociação, a pasta teria recebido uma comissão com 16 professores para conversar sobre as pautas.

Resposta
Em nota, a Secretaria de Educação do Recife informou que recebeu na tarde desta quarta-feira (5) representantes do Simpere, embora a reunião só tivesse marcada para o dia 21 de fevereiro. “Ficou definido que haverá uma nova reunião com um número maior de profissionais da categoria para esclarecer melhor as dúvidas. A gestão frisa que não houve aumento de carga horária e nem desvio de função. Todos os professores estão exercendo a função para a qual estabelece seus contratos”, diz o comunicado.


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