Por Eduardo Rodrigues – AE NEWS
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, disse há pouco que os governadores reunidos hoje em Brasília irão cobrar do ministro da Economia, Paulo Guedes, uma explicação em relação ao desafio feito na semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro sobre os impostos cobrados nos combustíveis. Na semana passada, o presidente prometeu zerar os tributos sobre os combustíveis, desde que os governos estaduais fizessem o mesmo.
“A convite do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o ministro Guedes está vindo para discutir a questão dos combustíveis. Os governadores estão preocupados com maneira a irresponsável como Bolsonaro tratou da questão. O presidente quis colocar governadores contra a sociedade”, afirmou Ibaneis, antes de retornar à reunião.
Para o governador do Distrito Federal, Bolsonaro deveria ter consultado a sua equipe econômica antes de ter lançado o debate, que Ibaneis chamou de “criminoso”.
“O desafio sobre combustíveis prejudicou a atuação dos governadores, que sofreram ataques uma mídia de bastidores que está na internet, alimentada pelos filhos do presidente”, afirmou. “Tenho carisma por Bolsonaro, mas o tema dos combustíveis precisa de responsabilidade”, completou.
Representantes dos 27 Estados estão presentes na reunião, incluindo 23 governadores. Ibaneis mais uma vez alegou que os Estados estão em dificuldades financeiras e alegou que a redução dos impostos sobre os combustíveis só poderia ocorrer após a aprovação de mudanças na Constituição que tramitam no Congresso, como o Novo Pacto Federativo e a Reforma Tributária.
“Com as reformas, poderemos reduzir os impostos não apenas para os combustíveis, como também para alimentos e remédios. Mas queremos uma queremos um sentimento de união federativa para debater essa questão”, completou.
Além da questão dos combustíveis, Guedes também deverá ser interpelado pelos governadores sobre outros temas. Os governadores devem enviar ao Congresso um documento sugerindo mudanças na PEC do Pacto Federativo, principalmente na questão dos precatórios e na possibilidade de cumprir os gastos mínimos para Educação e Saúde considerando também os pagamentos de servidores inativos.
Segundo Ibaneis, o Fórum de Governadores também deve publicar um documento apoiando o relatório da deputada Professora Dorinha (DEM-TO) que amplia gradualmente, de 10% para 30%, a complementação da União para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). A equipe econômica quer limitar o aumento a 15%.
