Por : Paulo Pires
O senhor Jair Messias Bolsonaro, presidente do Brasil (por enquanto) tem o péssimo hábito de fazer afirmações de ordem político-econômico-social pela manhã e à tarde (ou até antes do final da tarde) desdizer-se com a maior naturalidade.
Já houve situações em que ele disse uma coisa cedinho, antes do meio dia falou outra e à tardinha colocou outra que se contrapunha às duas anteriores. A insegurança é a marca maior do seu governo. Esse presidente, conforme assinalou Editorial do centenário Estadão de São Paulo está perdido. O Brasil está vivendo um dos seus períodos mais inquietantes. Não se sabe ao certo para onde a Nave está indo e a todo momento o que temos à mão cheia é demissão, contradição, erupção e muita decepção. Números do Ibope revelam que o Presidente cai no descrédito
popular a cada mês.
Os principais ministros do presidente Bolsonaro não entendem o Brasil, parecem não saber como se constituiu sociologicamente a Sociedade Brasileira, desconhecem o nosso Ethos, nosso Pathos e qual é a verdadeira conformação do Povo Brasileiro. Desconsideram nossas virtudes e nossos Defeitos. O resultado é esse a que assistimos: um governo perdido, conforme assinalou o Editorial do Estadão.
Evidente que isso faz parte do aprendizado Democrático. Nosso Povo ainda não aprendeu o jogo do Poder, como funcionam e como se estabeleceram as relações explícitas e ocultas que fazem do campo político, social, econômico-empresarial um Grande Campo de Interesses, onde o Estamento menos representado, menos respeitado e menos ouvido é o próprio Povo.
E La Nave Va. O presidente disse a semana passada, em tom de desânimo, que sua vida pessoal e familiar acabou depois que assumiu a presidência. Aquela confissão (feita à tarde) pareceu-nos um desejo de querer estar longe do cargo que ocupa. Eis que no dia seguinte, Bolsonaro, folgazão e com aparência mais saudável, se encontra em um Evento Oficial e fala do seu sucessor para o final de 2026. No evento disse que seu candidato era o general Augusto Heleno. Na realidade ele disse que seu sucessor era o Augusto Heleno sem perceber a presença do ministro Sergio Moro. Ao percebeu a presença do ministro da Justiça, usou o estilo Bolsonaro e expressou-se em tom de gozação: “Perdeu, Moro!”.
Dados concretos apontam que o governo do senhor Bolsonaro, se for concluído, será um governo que pouco fará de positivo para o Povo Brasileiro. As reformas trabalhistas e previdenciárias já aprovadas no Brasil, indicam que serão insuficientes e, tal qual ocorreu no Chile, os colegas do ministro Paulo Guedes em Chicago, não conseguiram bons resultados. Hoje o Povo chileno vive sob uma frustração gigantesca com sua Economia e as manifestações de ruas estão colocando o governo do senhor Piñera em perigo.
A eleição do senhor Bolsonarius veio no meio de uma tormenta de acontecimentos nefastos em nosso País. O Povo foi levado por uma onda de Fake News nunca vista (desde a eleição de Nilo Peçanha). Hoje estamos vendo, conforme a realidade nos mostra e atesta que muitas promessas não foram nem serão cumpridas. O patriotismo invertido do senhor Bolsonaro, colocando os interesses do Brasil sob os interesses dos Estados Unidos, a falta de competência para entender os Grandes Problemas Nacionais e o desentendimento sobre a importância do Brasil
como Líder do Bloco Sul Americano, colocam-nos praticamente como uma Colônia Latina dirigida pelos interesses da Casa Branca. A venda do nosso Patrimônio a preço de banana, as investidas contra a Cultura e a queima de nossas Reservas Cambiais para “acalmar o nervosismo do Mercado”, fazem do atual momento e do atual governo, adversários perigosos à nossa História. Neoliberalismo é uma “doutrina” que prega a libertinagem econômica onde nações que se entregam à ela são vítimas de um seviciamento pior que aqueles ocorridos no Castelo do Marquês de Sade. Não tem jeito: O que começa errado termina errado, já dizia o sábio Shakespeare.
Até a próxima e cordiais saudações
Paulo Pires – Mestre em Contabilidade Gestão Empresarial pela FVC-Salvador-BA, Pós-Graduado em Contabilidade pela PUC-Belo Horizonte-MG, Especialista em Contabilidade pela FGV – Rio de Janeiro- RJ, Especialista em Finanças de Empresas pela FGV-Rio Janeiro-RJ, Professor e Ex-Coordenador do Curso de Ciências Contábeis da UESB – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – Vit. da Conquista – BA, Fundador, Professor e Coordenador do Curso de Ciências Contábeis da FAINOR – Faculdade Independente do Nordeste – Vitória da Conquista – Bahia