Estadão Conteúdo
Durante a transmissão da sua última live semanal, nesta quinta-feira (26), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a falar das eleições presidenciais de 2022, agora admitindo a possibilidade de Sergio Moro, hoje ministro da Justiça e Segurança Pública, se candidatar ao cargo de chefe do Executivo.
“Moro tem potencial enorme, ele é adorado no Brasil. O pessoal fala que ele vai vir candidato a presidente. Se o Moro vier, que seja feliz, não tem problema, o Brasil vai estar em boas mãos”, comentou Bolsonaro, para em seguida desconversar sobre uma possível reeleição. “Não sei se vou vir candidato em 2022 ou não, se eu estiver bem, pode ser que eu venha, se não estiver bem, estou fora.”
Polêmicas com o juiz de garantias
Antes de falar sobre as eleições 2022, logo quando iniciou a sua transmissão, Jair Bolsonaro afirmou que aceita críticas à manutenção do juiz de garantias na lei anticrime sancionada por ele esta semana, mas reclamou de comentários que ele chamou de cunho “familiar”.
“Aqueles que fizeram críticas construtivas, tudo bem, mas aqueles que foram para a questão pessoal, familiar, aí lamento, sai da minha página. Crítica a gente aceita, sem problema nenhum”, comentou o presidente.
Como mostrou o Estadão/Broadcast, especialistas acreditam que o dispositivo mantido na lei anticrime contra a recomendação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afastará o juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27.ª Vara Criminal do Rio – à frente da fase de investigação no caso envolvendo o filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro – da condução de um eventual processo.
Bolsonaro também disse que “90% não sabe o que é juiz de garantias e fica criticando”.
Sobre ter contrariado a recomendação de Moro, o mandatário afirmou que já discordou do ministro no passado, mas “a taxa de concordância com ministros é em torno de 95%”.
Quando abordou o que chamou de uma tentativa de incluir o seu nome na investigação do assassinato da vereadora do PSOL, Marielle Franco, e do seu motorista, Bolsonaro questionou se a Polícia Civil do Rio de Janeiro estaria “a serviço da Justiça ou de alguém que quer ser presidente”. O governador do Estado, Wilson Witzel (PSC), vem sendo alvo frequente de críticas do presidente.
Outro ministro citado por Bolsonaro foi o da Educação, Abraham Weintraub, que, segundo o presidente, “está indo bem” na pasta, “mas não pode fazer milagre”.