Foram semanas de dedicação e muito comprometimento. O desafio: fazer releituras de obras de Candido Portinari (1903-1962). Do outro lado da tela, manuseando pincéis e tintas, adolescentes da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase). A atividade, componente da proposta pedagógica da educação formal na instituição, resultou em uma exposição realizada no Instituto Histórico e Geográfico de Vitória de Santo Antão, na Mata Sul do Estado, juntamente com quadros de alunos de escolas públicas da região. A mostra, ocorrida no último fim de semana, foi prestigiada pelo escritor João Candido Portinari, filho do renomado artista plástico.
Entre as obras que passaram pela releitura, estiveram “Cangaceiro” (1952) e “Menino com carneiro” (1953). A produção ocorreu dentro do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) Vitória de Santo Antão, onde os dez adolescentes da Funase participantes do projeto cumprem medida de internação. No local, funciona o anexo da Escola Estadual Professora Amélia Coelho, por meio da qual os socioeducandos foram inseridos na iniciativa juntamente com alunos de outras escolas. “Eles receberam a proposta de participar do projeto e começaram a trabalhar nos quadros, com a orientação de um agente socioeducativo da unidade, que é artista plástico. O resultado foi muito empolgante”, avaliou a coordenadora técnica do Case Vitória de Santo Antão, Karolinna Ferreira.
Depois de conferir pessoalmente a exposição e as pinturas inspiradas no legado de seu pai, João Candido Portinari fez questão de mandar uma mensagem de incentivo aos socioeducandos da Funase, destacando a importância social da ação. “Fiquei muito emocionado. Tenho uma grande admiração pelo que vocês fizeram. Tocaram meu coração. Continuem, não desistam nunca”, disse.
EDUCAÇÃO – Outras atividades desenvolvidas por estudantes do Case Vitória de Santo Antão foram a construção de uma maquete e a elaboração de um cordel para contar a história da instituição pelo qual são atendidos. Com o tema “Memórias da Febem/Funase: uma viagem do passado ao presente na construção do ser”, o projeto foi desenvolvido como trabalho de conclusão de curso do Ensino Fundamental. A unidade socioeducativa atende adolescentes com idades entre 15 e 16 anos incompletos.
