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Sertanejo vencedor vira cidadão recifense

Por: Magno Martins
Numa região em que a sobrevivência é quase uma sentença de condenação à morte, como o Sertão, escrever uma página vitoriosa nesses tempos tão cruéis representa um heroísmo impar com a pena de uma grande emoção.

Antônio Pedro da Silva Neto, o Toninho, produtor de eventos, dono de banda e também da marca Empório Sertanejo, no Recife, remanescente da tribo sobrevivente dos retirantes de Salgueiro, é um desses personagens que nos comovem e nos fazem tirar o chapéu para ele.

Recife, finalmente, está tirando o chapéu para Toninho, jogando sobre a sua cabeça a água benta do merecido batismo de cidadão adotivo. Salgueiro está orgulhosa.

Toninho saiu de lá, ainda garoto como eu, que peguei o último pau de arara em Afogados da Ingazeira, para ser gente na capital pernambucana. Aqui, botou nas mãos o canudo de Relações Públicas e também de hotelaria, e saiu emprestando o seu talento.

Mas, festeiro, se deu bem mesmo foi com produção de eventos musicais. Criou a TN produções e carimbou o passaporte do sucesso do seu primeiro filhote: o Circuito do Forró dos Sertanejos.

Com isso, deu provas do seu amor incondicional à cultura sertaneja, valorizando o que existe de mais legítimo e apaixonante no Sertão. Foi a janela do sucesso também. Tornou-se um dos empresários artísticos mais renomados do Brasil, realizando grandes eventos no Nordeste. Logo, se constituiu empresário de grandes marcas que embalam as noites memoráveis, como as bandas Aviões do Forró e Brasas do Forró.

Visionário e audacioso, Toninho deu em seguida o passo mais importante da sua trajetória: assumiu o controle acionário da renomada banda Forró do Muido e da dupla Edu e Maraial, famosa em todo o território nacional.

De jibão e chapéu de couro, comprou também o bar Empório Sertanejo, afamado point noturno da cidade, onde os boêmios tomam a saideira da madrugada e brindam o sol da meia noite com uma geladíssima.

Em seus negócios bem-sucedidos, Toninho gera mais de cem empregos e abre oportunidades para conterrâneos que saem tangidos pela seca em busca de um lugar ao sol no Recife.

Toninho vira de fato e de direito cidadão recifense no próximo dia 13, às 18 horas, no plenário da Câmara, por proposição do vereador Davi Muniz (Patriota), aprovada por unanimidade. Não tenho dúvidas de que o recinto ficará lotado pela legião de amigos, conterrâneos e admiradores.


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